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12 de fev. de 2019

O Piauí forma 1ª turma de ensino superior para assentados



Piauí forma 1ª turma de ensino superior para assentadosA primeira turma do curso de Pedagogia da Terra do Piauí vai se formar nesta terça-feira (12), em Teresina. Os pedagogos estão capacitados para atuar na educação básica de crianças que estudem em Escolas do Campo na modalidade básica. 
A educação deve ser vista como uma ferramenta de mudança e facilitar o acesso a todos deve ser uma prioridade. Pensando nisso, uma das formas que a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) encontrou de levar o ensino para locais que não possuem esse contato direto com a educação, foi através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e de convênio com Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater) e da Pastoral da Terra. O Programa capacita educadores para atuar nos assentamentos e coordenadores de atividades educativas comunitárias para as respectivas disciplinas. A universidade entra, então, com um papel de executora, com a colaboração de professores da instituição e professores que são ligados a movimentos sociais.

Não à toa, a primeira turma escolheu se chamar "Semeadores de Sonhos", já que acreditam que através da formação é possível levar a alfabetização e escolarização a milhares de jovens e adultos trabalhadores das áreas rurais, com um olhar específico para a realidade do campo. Maria Barros é uma das pessoas que      obteve a primeira graduação em Pedagogia da Terra. Ela foi aluna do programa e será professora. A oportunidade de concluir um curso superior é vista, para ela, como única. 
"Venho de uma família de nove irmãos e estou muito feliz. Fui a primeira da família a conseguir se formar e chegar à Universidade. Com relação ao curso, achei a oportunidade de fazer uma licenciatura em Pedagogia para poder contribuir com a educação do campo e anseio levar educação contextualizada com as especificidades", relata.
Lucineide Barros foi professora da turma de pedagogos da Terra e explicou a especialização dos novos profissionais. "Está previsto, desde 1996, que as escolas do campo devem ter professores especializados com a cultura campestre, respeitando a vivência de quem tem a rotina de ir para a roça e uma religiosidade muito forte", disse.
Os professores de escola do campo terão um trabalho de acordo com a especificidade do território, o jeito de produzir. "As pessoas que moram no campo têm suas próprias vivências. É diferente de quem mora na zona urbana. Geralmente, quem é do campo não tem vizinhos próximos. Eles têm também suas próprias religiosidades, muito fortes. Então, o profissional precisa entender esses aspectos da vida no campo e ensinar as crianças a partir deles", explicou Lucineide Barros.
A turma é composta por trabalhadores rurais, em sua maioria de assentamentos de terras de municípios como Pio IX, Barras e outros. A conquista pelo direito à educação no campo vem com muita luta, e foi justamente assim que diversos alunos ingressaram no curso, através de batalha e estudo para ser classificado no vestibular. Muitos deles hoje contemplam a vida e as oportunidades que o projeto pode beneficiar. 
Histórias como a da aluna Lilian Barroso, 39 anos, de Palmeirais, são prova disso. Ela entende que a qualificação é necessária.
"O curso representa a conquista de fazer a diferença no campo. Foram 4 anos de aulas presenciais, duas vezes por semana, e foram momentos de lutas, conquistas e aprendizado", confessou Lilian.

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