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8 de jul. de 2021

Morte de grávidas por Covid-19 até junho já supera 2020 no Piauí



O número de grávidas mortas no Piauí pelo novo coronavírus no primeiro semestre de 2021, já supera o total registrado ao longo de todo o ano passado, de acordo com dados do Observatório Obstétrico brasileiro Covid-19, ferramenta ligada a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 2020, foram apenas sete óbitos, ante 16 ocorridos até o mês de junho. O número é tão alto que representa uma morte a cada três mulheres grávidas infectadas pela doença.

A infecção pela Covid-19 já é a principal causa de morte materna no Brasil. São quase mil óbitos até o mês passado, o que equivale à média de uma morte de grávida a cada quatro horas. E no Piauí, as estatísticas chamam atenção pelo grande índice de mortalidade, chegando a 34% entre os casos registrados esse ano. Até junho, foram 68 casos de Covid-19 registrados entre grávidas no Piauí, dessas 16 não resistiram, mesmo 76,4% delas terem sido atendidas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Os números só enfatizam o que especialistas já alertam, as gestantes podem desenvolver formas graves da doença, com descompensação respiratória e problemas circulatórios. “Diante do agravamento da pandemia, o aumento mais notório foi entre as grávidas e puérperas. As mortes maternas, em geral, são 90% evitáveis e as de Covid poderiam ser evitadas também com vacina”, avaliou a doutora Elisiane Gomes, vice-presidente da Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras e Obstetrizes do Piauí e membro do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Dr. Elisiane Gomes (Foto: Redes Sociais)

De acordo com a pesquisadora, o óbito materno é considerado uma das mais graves violações dos direitos humanos, e em sua maioria, classificado como evitável, pois as soluções para prevenir ou administrar complicações são bem conhecidas e estão diretamente ligadas ao direito de acesso a serviços e cuidados de saúde adequados. “Outro ponto importante é que quando olhamos as gestações no Piauí, mais de 50% não foram planejadas, ou seja, elas não queriam engravidar e estão morrendo”, pontuou.

O pensamento da doutora Elisiane é reforçado pelo infectologista Nayro Ferreira. Para o profissional, as grávidas precisam ser incluídas urgentemente entre as prioridades da vacinação de forma nacional. "O ideal é que essa vacinação ocorra ainda no primeiro trimestre da gravidez", afirma o médico. "A partir do terceiro mês, ocorrem mudanças circulatórias importantes no corpo da gestante e o ideal seria que ela já estivesse imunizada nesta fase" detalhou.


Nesta quarta-feira (07), o Governo do Piauí confirmou o início da vacinação contra a covid-19 de todas as gestantes e puérperas a partir de 18 anos. Até o momento, estavam sendo vacinadas somente as com comorbidades. A decisão foi tomada após divulgação de nota técnica pelo Ministério da Saúde. Para esse grupo, estão liberados o uso dos imunizantes Coronavac e Pfizer. Porém, a vacinação está condicionada a uma avaliação individualizada, compartilhada entre a gestante e seu médico.


Grávidas serão vacinas contra a Covid-19 no Piauí (Foto: Raíssa Morais/ Portal MN)


“Nesse momento, o benefício da vacinação neste grupo é superior aos possíveis riscos em decorrência da vacina”, afirmou Florentino Neto, secretário estadual da saúde, lembrando que em maio, o Ministério da Saúde restringiu a recomendação de vacinação desse grupo apenas a gestantes com comorbidades, com uso de doses da Pfizer e da Coronavac. “A decisão da Saúde de suspender temporariamente a vacina AstraZeneca em grávidas ocorreu após registro de um caso de trombose em uma grávida do Rio de Janeiro que recebeu a vacina”, ressaltou.

Conforme o Ministério da Saúde, com exceção do caso ocorrido no Rio de Janeiro, não foram identificados problemas de segurança relativos à vacinação de gestantes. Em relação as puérperas, a vacinação poderá ser feita normalmente e sem interrupção da vacinação. No Piauí, segundo o vacinômetro, pouco mais de 4 mil mulheres grávidas já tomaram a primeira dose da vacina, das quais 744 já estão devidamente imunizadas.

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