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22 de jul. de 2021

ONG beneficia mais de 350 crianças carentes em Teresina

 Quem passa pela rua, vê o ar alegre que o espaço tem, murais coloridos, sorrisos de crianças no pátio e o portão sempre aberto que remete ao acolhimento do local a quem está em situação de rua

Este é um dos objetivos da organização não governamental Fraternidade, o amor é a resposta, que oferece diferentes atividades para crianças e intervenção comunitária.

A Fraternidade, o amor é a resposta atua com diversas ações na Vila Ferroviária e no Conjunto Murilo Resende, bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina. Hoje, 350 crianças de 3 a 14 anos de idade, são assistidas. 

O projeto fomenta o desenvolvimento das potencialidades, criatividade e a autoaprendizagem das crianças, oferecendo atividades recreativas como judô, skate, balé.

Projeto acolhe 350 crianças (Foto: Raissa Morais)Projeto acolhe 350 crianças (Foto: Raissa Morais)

A iniciativa criada em 2007, para ajudar os moradores, começou com o apoio da instituição Cáritas alemã durante cinco anos, e hoje, preste a completar 14 anos de instituição, conta com uma rede de voluntários e com a parceria com Rotary Club Piçarra.

Outro objetivo da ONG é trabalhar as potencialidades da comunidade, com ações voltadas para o treinamento e capacitação das pessoas assistidas.

Mesmo com a pandemia da Covid-19, as atividades do projeto não foram interrompidas. A instituição desenvolveu um novo projeto para ajudar as crianças no ensino remoto. 

O “Colorindo a Vida” oferece aulas de reforço para aqueles alunos com dificuldade de acompanhar as aulas remotas. O projeto é coordenado por uma voluntária de pedagogia Nayara Maria, que todos os dias faz o acompanhamento escolar da turma.

Projeto acolhe 350 crianças (Foto: Raissa Morais)Projeto acolhe 350 crianças (Foto: Raissa Morais)Projeto acolhe 350 crianças (Foto: Raissa Morais)

“Dentro do projeto que vai além das atividades didáticas, há o desenvolvimento cognitivo da criança nessa fase, trabalhamos muito com brincadeiras lúdicas como forma de intervenção. Nesse momento, o ensino remoto é muito dificultoso para elas, de adaptação, até então as crianças não tinham essa experiência”, explica a estudante e coordenadora do projeto. 

Para evitar a disseminação da Covid-19, há um controle das crianças na turma do reforço, da qual participam 12 crianças nos turnos da manhã e mais 12 no turno da tarde.



Além do acompanhamento pedagógico, a ONG oferece alimentação, acompanhamento psicológico e, recentemente, consultas odontológicas. “Todas essas ferramentas são um auxílio para o apoio pedagógico. Está sendo bem proveitoso porque um projeto como esse, em lugares como esse, são de grande ajuda para a comunidade que não tinha acesso antes. Pretendemos aumentar o número de turmas”, acrescentou.

Entidade revela talentos e ajuda comunidade

O trabalho desenvolvido aqui já revelou talentos para outros estados do Brasil. A aluna Raissa Michely Dantas, 13 anos, participou de seletiva de balé em Curitiba.

Além dela, que estuda no 8º ano do ensino fundamental, sua irmã, Raquely Dantas, de 8 anos, diz que desenvolveu melhor as tarefas da escola com as atividades que a organização realiza.


“Moro aqui na vila, chego na Fraternidade às 8h30 e fico até 11h, aprendi muita matemática no reforço porque só tirava notas baixas e melhorei em língua portuguesa”, contou ela, agradecendo.

Outra frente da ONG é ofertar cursos de reciclagem e capacitação para jovens da comunidade através de uma parceria feita com Fundação Wall Ferraz, da Prefeitura e Teresina.

(Foto: Raissa Morais)

A moradora da comunidade e mãe do adolescente Anderson de 14 anos, Maria Débora Ribeiro, apoia a iniciativa das oficinas que abrem portas para a capacitação profissional.

“Hoje meu filho tem 14 anos e já fez judô aqui, agora ele está estudando o curso de empreendedorismo. Quem conhece sabe que o trabalho da organização vale a pena, todo tipo de assistência aqui é bem acolhido por eles”, admitiu.


ONG oferece cursos de capacitação para a comunidade (Foto: Raissa Morais)

Instituição acolhe e retribui ajuda de parceiros

A psicóloga e ex-freira, Rita Lisboa, fundadora e coordenadora da ONG explica que a Fraternidade, o amor é a resposta atende, prioritariamente, crianças e surgiu em consequência de um pedido urgente da população.

“Tudo começou na minha casa, inicialmente queria atuar com usuários de drogas, mas o acesso a eles estava difícil e depois veio um grupo de apoio com pessoas e pensamos nas crianças porque a maioria aqui é filho, sobrinho, vizinho de algum usuário e assim foi. Começamos a atuar nesse prédio, fizemos parcerias e beneficiamos cerca de 780 pessoas, distribuídas em 250 famílias em sua maioria em condições de vulnerabilidade social, desemprego, baixa escolaridade”, relata.


Rita Lisboa idealizou o projeto (Foto: Raissa Morais)

A coordenadora e a equipe de educadores voluntários ensinam valores importantes e contribuem para a educação dos pequenos e o desenvolvimento da comunidade. “A metodologia foi criar grupos de prevenção com aporte teórico do tratamento comunitário e dividimos em quatro núcleos: cuidado com crianças e adolescentes, escuta comunitária, capacitação profissional e formação de equipes de instrutores. A instituição cresceu muito, temos um bazar solidário e uma oficina de reciclagem em que muitos usuários de drogas trazem ferro, plásticos, vidro e acabam limpado a vila, revendemos e nos ajuda nas despesas e já serve de sustentabilidade”, pontua Rita Lisboa.


Tendo o amor e a educação como instrumentos de mudança social, Rita vê a comunidade como fonte criativa, inspiradora e multiplicadora. Sua honrosa atuação à frente até hoje da Fraternidade, o amor é a resposta garante o sorriso no rosto de crianças que vivem naquela região. A coordenadora revela o que a motivou.

“Desde cedo percebo uma desigualdade social. Muitas pessoas não começam um trabalho como esse porque acham que têm pouco, eu comecei e não tinha nem um biscoito para oferecer para as crianças. O pouco já muda a vida de uma criança, de um morador de rua. E aqui na ONG, o portão está sempre aberto para todos, eles chegam a qualquer hora, tomam banho, recebem uma roupa, fazem um lanche, é um acolhimento que eles precisam ter, um lugar de refúgio”, finalizou.

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