Foto: Reprodução/vídeo
Uma sindicância foi aberta na manhã desta quarta-feira (21) para investigar a conduta de três agentes da Guarda Municipal de Teresina que presenciaram um caso de agressão contra uma travesti suspeita de furto na última segunda-feira, no residencial Parque Brasil III, zona norte de Teresina. De acordo com comandante da GCM, André Viana, o objetivo do procedimento é avaliar se houve falhas ou omissão durante a abordagem.
"É uma sindicância que visa avaliar as situações da ocorrência e tentar entender se houve excesso, omissão ou alguma falha no procedimento", explicou
A sindicância deve ter duração de 30 dias e será composta por membros da própria Guarda Municipal, que irão avaliar os várias aspectos relacionados à ocorrência. Os vídeos e fotos devem ser periciados, como auxílio da Polícia Civil.
Apesar de destacar que aguarda o encerramento da sindicância que apura a conduta da equipe que atendeu a ocorrência, o comandante da GCM faz questão de afirmar que acredita que os vídeos que circularam nas redes foram editados e não estão em ordem cronológica.
"Ali teve dois fatos. Ela foi espancada no bagageiro, antes da guarnição chegar. Quando a guarnição chegou, tentando tomar ciência da situação, foi surpreendida por aquela rasteira. Se você ver o vídeo, a equipe, cerca de 47 segundos depois que chega, já estava ordenando que fosse desamarrada e conduzindo todo mundo para a Central de Flagrantes, inclusive aquele rapaz que está segurando a corda", destacou o comandante da GCM.
Entidades repudiam tortura
As imagens do momento em que a travesti é espancada e amarrada repercutiram nacionalmente nas redes sociais, o que motivou diversas entidades a emitirem posicionamento condenando a ação e cobrando apuração da postura dos agentes da Guarda Municipal de Teresina.
A Gerência de Enfrentamento a LGBTFOBIA da Superintendência de Direitos Humanos da SASC, informou que está tomando todas as providências necessárias para apuração do caso e anunciou que irá fazer uma visita domiciliar a travesti.
"A equipe da Gerência de Enfrentamento à LGBTFOBIA da Superintendência de Direitos Humanos da SASC irá fazer uma visita domiciliar a travesti, para que possamos disponibilizar a ela os serviços sóciossistênciais, não somos a favor do ato ilícito feito por ela, porém não aceitamos nenhum tipo de tortura a nenhuma pessoa, independentemente de sua orientação sexual e tampouco identidade de gênero, pois sabemos que no Brasil tortura é crime", diz um trecho da nota, assinada pela gerente de Enfrentamento a LGBTfobia, Joseane Borges.
A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), por meio da Gerência de Direitos Humanos (GDH), também defendeu a apuração dos fatos.
A Antra (Associação Nacional dos Travesti e Transexuais) repudiou os ataques e classificou como ação de “tortura, violência e transfobia”.
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