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20 de ago. de 2021

Energia solar: projeto investe mais de R$ 1 milhão no Piauí



Na última década, o Piauí tem se tornado uma verdadeira 'meca'(sede ou núcleo) das energias renováveis. O estado, durante esse período, vem sempre aparecendo entre os maiores produtores do país.


No segmento de energia eólica é o quarto maior, ficando atrás apenas do Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte, possuindo mais de 80 empreendimentos de energia solar. Um deles fica localizado no município de São Gonçalo do Gurgueia e conta com mais de 2,2 milhões de painéis expostos ao sol, gerando 864MW de capacidade. É o maior campo de energia solar de toda a América do Sul. Em maio, por exemplo, o Piauí alcançou a liderança em todo o Brasil na capacidade de produção de energia solar.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostraram que, naquele mês, a potência das usinas de energia fotovoltaica instaladas em território piauiense passou de 1 GWH. Somada a capacidade de geração de energia solar a de eólica, essas duas fontes de energia foram responsáveis por 91% da potência do Piauí em maio, o que caracteriza o estado como grande gerador de energia renovável.


Todo esse potencial para energia limpa, principalmente a solar, também é bem-vinda no setor agropecuário piauiense. Cooperativas agrícolas e produtores da agricultura familiar já vêm aderindo ao sistema. A intenção é reduzir os custos com a energia elétrica. Em três cooperativas, sendo duas ligadas a produção de mel e uma de caju e derivados, os produtores conseguiram, em alguns casos, zerar a conta de energia graças aos sistemas de energias solares instalados nos sistemas de produção.

Com isso, aumenta o lucro dos produtos comercializados e, consequentemente, a renda dos trabalhadores. O fato é que diversos municípios piauienses já produzem energia renovável e reduzem os custos de produção.


Jocibel Belchior Bezerra, diretor-presidente da Cooperativa de Cajucultores do Piauí (Cocajupi), que fica na região de Picos, no Sul do Estado, ressalta a vantagem da instalação das placas solares, principalmente no que diz respeito à redução de custos de produção. "Nossa cooperativa foi contemplada com o projeto de energia solar, ainda em maio de 2019, onde recebemos três kits que estão instalados nas nossas cooperativas. Foi um grande benefício que recebemos, pois estamos tendo uma economia de energia em torno de 80% do valor que a gente vinha pagando e, hoje, baixamos os custos na utilização das máquinas como caldeiras e estufas", destacou. As usinas atendem na sede da cooperativa que fica em Picos e em outras duas nas cidades Ipiranga e Francisco Santos.

Financiamento


Jocibel Bezerra lembra que, na época, o investimento para a implantação do sistema de energia fotovoltaica foi de pouco mais de R$ 90 mil, mas com o apoio que o Governo do Estado deu para fazer um financiamento. "A conta antes dava em torno de R$ 2 mil por mês, mas hoje pagamos em torno de R$ 300 nos três municípios; isso quando não zeramos. Então, só temos a agradecer pelo apoio do Governo e dizer que vale a pena o investimento nos projetos de energia solar", ressaltou o diretor.


Esse apoio vem por intermédio da Secretaria Estadual da Agricultura Familiar (SAF) que vem investindo na implantação de sistemas de geração de energia com módulos fotovoltaicos. Os investimentos ocorrem por intermédio do Projeto Viva o Semiárido (PVSA) e do Programa de Geração de Emprego e Renda no Meio Rural (Progere II). Até o momento, quase R$ 1,5 milhão já foi investido em 18 projetos, beneficiando mais de 1.980 famílias.

Segundo o coordenador do PVSA no Piauí, Francisco das Chagas Ribeiro, os resultados são mais que satisfatórios, principalmente nas unidades de processamento. "Os resultados iniciais, principalmente nas agroindústrias, são extraordinários. As maiores cooperativas reduziram e até zeraram a conta de energia nas unidades de processamento, engarrafamento de mel, castanhas e outros produtos da agricultura familiar, graças a essa tecnologia", disse.


Chicão, como é mais conhecido o coordenador no meio rural, informa que diante dos resultados, o governo está bastante satisfeito e a tendência é continuar fazendo a implantação desses kits. "Além da Cocajupi, outros projetos de energia estão dando resultado na Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) e a Cooperativa Mista de Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi)", enfatiza.

Impacto no meio ambiente

Os benefícios da energia solar vão além da redução de custos na produção, pois impacta diretamente no meio ambiente. "Esse projeto é muito relevante para a nossa cooperativa, pois além de ter trazido melhores condições, baixo custo e maior eficiência energética para nossos sistemas, também contribuiu para a redução de 42 toneladas de CO2 na atmosfera", justifica Antônio Dantas, diretor-geral da Casa Apis, ressaltando que o Piauí vem se consolidando como terceiro maior produtor de mel do país e o maior do Nordeste.


Mas os investimentos não ficam apenas na geração de energia elétrica. Eles também buscam ajudar as comunidades rurais com bombas elétricas para melhorar o abastecimento de água, principalmente na região do semiárido piauiense. Com atuação no Piauí há cerca de cinco anos, a empresa Vertice Energia Solar tem diversos projetos nessa área e, segundo a sua direção, as ações tendem a avançar.

"Temos investimentos de mais de R$ 1 milhão na instalação de placas em poços junto a SAF, em campos agrícolas piauienses, ajudando comunidades carentes, quilombolas, sendo essas últimas com parceria com a Universidade Federal do Piauí", esclarece Marco André Araújo, proprietário da empresa, acrescentando que os sistemas de energia solar na zona rural do sul do Estado têm crescido bastante. "Percebemos grande movimentação em Oeiras e Bom Jesus, onde têm grande produção de soja", explica.

E esse investimento, também para a abertura de poços tubulares, vem do Governo Federal e Estadual, com a abertura de linhas de crédito para financiar os sistemas de energias limpas. A previsão para este ano, por exemplo, do Governo do Piauí, é a implantação de 910 módulos para bombeamento de água para quem tem subsídio de energia para irrigação. O recurso no valor de mais de R$11,5 milhões será financiando pelo Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop).

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