COM A CHEGADA DA CHUVA ALGUMAS CASAS NO PIAUI COMESSAM A CAIR

As chuvas já começaram a incidir sobreTeresina, e com isso, a preocupação dos moradores da capital com os desabamentos. Para os residentes do Parque da Vitória, na Zona Sul da cidade, os problemas com os estragos provocados pelas precipitações são uma constante, e neste ano, já são visíveis.
Para a dona de casa Eliene da Silva, as primeiras chuvas de 2015 trouxeram também os primeiros prejuízos. Segundo ela, o receio é de que o problema resulte no desabamento de sua residência, e ela teme pela segurança dos filhos.
“A água entrou já nas primeiras chuvas, e aí cavou um bueiro dentro do meu quarto, que eu tive que aterrar, mas está chovendo novamente. Estou com medo de minha casa cair com meus dois bebês dentro”, conta.
Enquanto a natureza não dá uma trégua aos moradores da comunidade, alguns dos populares se mobilizam para proteger suas casas. É o caso de Gilberto Júnior, que improvisou um muro de madeira para impedir que a água atinja sua residência com maior violência. “Se agente não fizer isso aqui, a água derruba tudo, as paredes caem e correm o risco de até mesmo cair em cima da gente”, ressalta o montador de casas.
Segundo a Defesa Civil de Teresina, não existem mais áreas de risco na capital, mas o órgão reconhece que agora são as construções em locais irregulares que ameaçam a vida de milhares de pessoas. De acordo com o tenente Sebastião Domingos, o problema de várias comunidades da cidade está relacionado ao relevo dos locais e às condições estruturais das casas.
“Casas construídas em áreas que são locais de passagem de água, como aqui na comunidade Parque da Vitória, que é uma área de invasão e foi construída num local onde o relevo possui morros. Nas casas que estão nesse raio de ação a tendência é a de serem atingidas, e como são feitas de taipa, as paredes não suportam”, pontua.
Para o líder comunitário José da Cruz, existe a necessidade de mais programas para inclusão, para que as pessoas não se vejam obrigadas a morar em locais que apresentem riscos no período das chuvas.
“As pessoas só estão nesta condição porque realmente não têm onde morar, não têm uma condição mais digna. Infelizmente o que eu vejo por parte da Defesa Civil é praticamente colocar a culpa nas pessoas. Há necessidade de ter um programa que possa realmente incluir as pessoas”, frisa.
A Defesa Civil informou que trabalha em parceria com as Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDU) para monitorar as casas construídas em áreas irregulares, e que esse monitoramento é feito regularmente.