As operações de fiscalização de final de ano da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em 2015 serão realizadas sob “estado de greve” dos agentes rodoviários, que negociam com o governo federal reestruturação da carreira e aumentos salariais.
No último dia 18 de dezembro, a PRF iniciou a quinta edição da Operação Rodovida. A ação é voltada para a prevenção e redução de acidentes de trânsito nas rodovias federais no réveillon, férias escolares e até no carnaval. Em 2014, por exemplo, a Operação Rodovida fiscalizou 1.783.457 pessoas e 1.698.044 veículos entre as festas de final do ano e o carnaval.
No próximo dia 18 de janeiro, a FenaPRF (Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais) pretende realizar uma assembleia para discutir uma paralisação nacional da categoria. Até o momento, apenas os policiais rodoviários federais do Piauí fizeram uma greve nesse sentido. Os policiais dos demais estados estão em “estado de greve”. Eles não pararam as atividades, mas já falam em ações pontuais, como “operações padrão”. Ou seja, a tendência é que a fiscalização este ano, por conta do estado de greve, não seja tão intensa quanto em anos anteriores.
Desde o primeiro semestre deste ano, representantes dos agentes da PRF negociam com o governo federal a incorporação dos vencimentos de nível superior a todos os policiais federais. Atualmente, segundo sindicatos da PFR, quase a totalidade dos agentes tem salários de nível médio e não de nível superior, como em outras funções do governo federal.
Defasagem
Por conta disso, eles alegam que existe uma defasagem de aproximadamente 60% nos vencimentos dos agentes da PRF, com de outros policiais ou servidores públicos com carreiras semelhantes. “Logicamente que entendemos a situação financeira do Brasil, mas também não podemos continuar com uma defasagem nesse sentido”, afirmou o presidente do SinPRDF (Sindicato dos Agentes da PRF do Distrito Federal), Reni Rocha.
Além disso, os policiais também reivindicam a contratação de pelo menos 10 mil policiais federais em todo o Brasil. Atualmente, a PFR tem um efetivo de aproximadamente 10 mil homens, número tido como insuficiente para as atividades de fiscalização e suporte à outros órgãos do governo federal como a Polícia Federal, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). “A PM do Distrito Federal, por exemplo, tem entre 15 mil e 16 mil homens”, comparou Reni Rocha. “O policial rodoviário tem trabalhado sem qualquer tipo de estímulo”, ponderou o sindicalista.
Durante a Operação Rodovida do ano passado, a PRF realizou 516.269 testes do "bafômetro" e 10.188 pessoas foram flagradas com alguma quantidade de álcool no sangue. Além destas, 2.084 pessoas foram presas por apresentar quantidade de álcool superior a 0,6 decigramas por litro de sangue. No ano passado, de acordo com a PRF, a Operação Rodovida foi responsável por redução do número de mortes nos estados do Paraná (67%), Minas Gerais (47%) e Bahia (39%).
