Mais uma mesa de negociação irá ocorrer na tarde desta terça-feira (07) para decidir como e quando acontecerá o retorno da circulação do transporte coletivo em Teresina. Os motoristas e cobradores decidiram por manter a greve diante da falta de condições segurança de prevenção ao novo coronavírus e do não cumprimento do acordo feito em janeiro de 2020. A categoria pede pela não retirada do ticket de alimentação e do plano de saúde.
No início da manhã de hoje(07), a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Liana Chaib acatou o pedido de dissídio coletivo ajuizado pelo Procurador Regional do Trabalho, João Batista Machado Júnior, determinando o prazo de 24 horas para que os motoristas de ônibus de Teresina retomem o trabalho, ainda que em escala reduzida.
Nesse caso, a categoria deve retornar nesta quarta (08).Caso o Sintetro não cumpra a decisão terá que pagar multa diária no valor de R$ 50 mil. O procurador Regional do Trabalho do Ministério Público do Trabalho do Piauí, João Batista Machado Junior, comenta que não houve um solução concensual para o fim da greve, o MPT ajuizou na noite de segunda (06) um dissídio coletivo de greve.
"Já há uma decisão liminar da presidente do Tribunal Regional do Trabalho acolhendo os pedidos formulados nesta ação determinando o retorno de 70% dos trabalhos ho horário de pico e de 30% nos demais horários, sendo que agora há uma multa R$ 50 mil pelo descumprimento dessa decisão", disse o procurador.
O secretário do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Miguel Arcanjo, diz que a categoria não está pedindo reajuste salarial, mas que se mantenha o acordo coletivo feito com as empresas em janeiro deste ano, antes do início da pandemia no país.
"O Sindicato nunca descumpriu uma determinação judicial. Hoje a tarde tem uma mesa de conciliação. O sindicato não está querendo avançar em nada, nós só queremos manter o que já tinhamos em convenção. Ninguém está pedindo reajuste de salário. Queremos o acordo em janeiro mantendo nossa convenção de 2019. Ninguém está pedindo nada demais".
O representante dos motoristas e cobradores alerta que muitos profissionais não estão com dinheiro para pagar por máscaras, alcool em gel e outros equipamentos de proteção individual, que deveria ser fornecido pelas empresas. Ele também relatou que "a categoria está passando fome" já que muitos estão sem receber salário desde abril enquanto outros ajudam os colegas com o auxílio emergencial recebido pelo Governo Federal. O sindicato ressalta que os profissionais não possuem ponto de descanso na nova modalidade de rota durante a pandemia.
Horários
Pela decisão da Justiça, os ônibus devem circular 70% da frota no horário de pico, compreendido entre 6h e 9h, no turno da manhã, e entre 17h e 20h, ao final do dia. Nos outros horários, devem circular pelo menos 30% da frota de ônibus, de acordo com as escalas montadas pela Strans.
Foto: Francisco Sousa
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