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26 de ago. de 2021

Projeto transforma jovens da periferia em medalhistas na Vila da Paz



Respeito, boa educação e organização, aliados a ensinamentos, fez do judô, histórica arte marcial japonesa, a luta favorita de toda uma turma, centenas de filhos de moradores de uma das maiores periferias na zona Sul de Teresina, a Vila da Paz.

Em 2012 nasceu o projeto “Judô Cidadão”, da Fundação Nossa Senhora da Paz, uma instituição sem fins lucrativos que atua na Vila nas áreas de educação, saúde, assistência social, esporte, cultura e cidadania, impactando positivamente centenas de famílias. O projeto oferece aulas de judô gratuitas e descobriu talentos - já são dez medalhistas brasileiros e também promove a inclusão social com incentivo à educação, ao desenvolvimento intelectual, motor, cognitivo e socioafetiva.

Projeto Judô Cidadão, com sede na Fundação Nossa Senhora da Paz, em Teresina - Fotos: Raíssa Morais/ JMN


Mas antes nem tudo foi um mar de rosas, o “Judô Cidadão” iniciou suas atividades num ambiente insalubre, com calor forte e que prejudicava o desempenho dos alunos. Quem se empenhou a mudar essa realidade é o professor e voluntário David Vecki, responsável pelas turmas. Vestido com seu quimono, David conquistou a todos logo de cara ao iniciar a atividade que fica na sede da Fundação.

Ele tem anos dedicado ao judô e ao trabalho do bem. Além das aulas, David divide suas atenções ao seu problema de saúde, ele é portador de uma doença autoimune - doença em que o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis. Mesmo assim, ele exige muito amor e paixão pelos valores aprendidos e ensinados nos tatames.

Mais de 120 jovens são beneficiados

“Nunca deixei de dar aula, mesmo com os problemas de saúde, faço por amor, é isso que a gente doa nesse projeto social. Ele representa a dedicação, um sonho. Não queria ficar do jeito que estava e hoje temos uma estrutura com padrão olímpico. São cerca de 120 beneficiados entre crianças, adolescentes e jovens”, conta.

Mais de 100 alunos entre crianças e adolescentes são beneficiados pelo projeto


Sua história de superação se aliou ao desejo de ajudar os meninos e meninas que residem em uma das regiões, que antes, registrava altos índices de criminalidade. "Essa é uma conquista de vida. Quando cheguei aqui fui conquistado tinta, tijolos, pedindo doação e melhorando o espaço. Voluntariamente o professor Queiroz me chamou e até hoje estou aqui, “avalia.

O antigo espaço no prédio passou por uma reforma graças a recursos oriundos do projeto Bazar Solidário da Receita Federal de 2019, e se transformou num centro de treinamento com estrutura internacional, o piso tático, os banheiros adaptados, escritório, tudo dentro dos padrões para receber os treinadores. No projeto os alunos também recebem a roupa, os tatames, e tem todo acompanhamento.

O professor de Judô Queiroz Filho, da Fundação Piauiense de Judô, que acompanha o projeto, considera que ele tem um papel importante e beneficia não só o esporte, mas traz cidadania. “Atendemos as pessoas da comunidade. O critério não é estudar na Fundação, mas sim atender crianças que realmente precisam. As crianças recebem tudo”, destacou.

A prática esportiva leva diversos beneficíos

Judô auxilia em maior disciplina nos estudos

Quem entende bem a realidade das crianças acolhidas pelo projeto e das famílias do local é o Diretor de Projetos da Fundação Nossa Senhora da Paz, Rubens Portela Dantas. Ele avalia que além das aulas poderão atender moradores de outras comunidades.

“São atendidos crianças a partir de três anos até adultos, com aulas que são oferecidas em três dias na semana das 18h às 21h, tudo gratuito. Com essa reforma atendemos 120 crianças, divididas em três turmas, mas estamos pensando em oferecer aulas também no período diurno e isso vai triplicar, talvez, o número de crianças atendidas”, explica Rubens Portela.


O diretor justifica ainda que o projeto ajuda as pessoas em situações de vulnerabilidade social e exige dedicação aos pequenos judocas e comprometimento, o tempo que poderia ser perdido nas ruas, é empregado nos estudos.

“O projeto tem esse objetivo da inclusão social, às crianças, adolescentes e jovens que participam são pessoas carentes, alguns deles tinham tudo para ser marginalizados e aqui dentro desse espaço trabalhamos a cidadania, o esporte", esclareceu Rubens. ” As crianças que se beneficiam do ‘Judô Cidadão’ melhoram o rendimento escolar, principalmente a disciplina e isso faz com que ele seja um forte aliado na educação”, completa.

Projeto exige dedicação e comprometimento

Formando cidadãos melhores


Quem buscou o projeto para os três netos, os gêmeos Pedro Emanuel e Paulo Wesley, de 10 anos que participaram das atividades , e a pequena Taila Jasmes, 6 anos, foi Verônica Alves, 50 anos, que reside próximo à sede da Fundação.

“Ver eles praticando esporte representa disciplina, formação de uma pessoa melhor futuramente, de valores. Para mim é muito bom estarem participando do judô porque traz disciplina também para os estudos, o judô não é uma luta corporal, mostra respeito”, justificou. Segundo ela, desde então, as crianças encontram na modalidade sua paixão e uma mudança na rotina.


“O esporte pode ser uma ferramenta muito boa também para melhorar os índices educacionais e nosso foco é esse: promover socialmente as pessoas”, encerrou, Rubens Portela Dantas. Quem se interessar em conhecer mais sobre as ações da fundação pode entrar em contato pelo telefone: 3217-0297 ou visitar a sede na Rua Piracuruca s/n, em frente à praça das Missões, Três Andares.

Avó Verônica Alves acompanha os netos durantes as aulas

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