PF conclui que houve crime de ameaça contra diretores da Anvisa em e-mail - Barra d Alcântara News

últimas

Post Top Ad

Post Top Ad

EM BREVE, SUA EMPRESA AQUI

21 de dez. de 2021

PF conclui que houve crime de ameaça contra diretores da Anvisa em e-mail



A Polícia Federal concluiu que houve crime de ameaça em emails enviados a diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em novembro, por um homem que se diz contrário à vacinação de crianças contra a Covid. As informações são do G1.


Na mensagem, o homem diz que pretende retirar o filho da escola para evitar que ele tenha que tomar uma "vacina experimental", e que "quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho: será morto. Isso não é uma ameaça. É um estabelecimento".


O delegado responsável pelas investigações diz que, ao fim dos depoimentos, "restou claro que o 'estabelecimento' prolatado [...] seria mais que uma ameaça, mas uma certeza de que o mal injusto e grave ocorreria".

Caso foi enviado ao Ministério Público, que pode denunciar investigado, propor acordo ou pedir arquivamento. (Foto: Reprodução)


Apesar disso, o chefe do inquérito decidiu não pedir o indiciamento do homem investigado porque a ameaça é um crime de menor potencial ofensivo. O Código Penal prevê apenas detenção de um a seis meses para quem é condenado por essa conduta.


Uma instrução normativa em vigor desde 2016 proíbe os delegados da Polícia Federal de indiciar alguém por crimes de menor potencial ofensivo. O caso foi enviado à Justiça Federal do DF e será analisado pelo Ministério Público, que pode:

denunciar o homem à Justiça, mesmo sem o indiciamento pedido pela PF;
propor um acordo de transação penal, que pode resultar em punição alternativa à prisão (multa ou prestação de serviços, por exemplo);
pedir o arquivamento o caso.


Novas ameaças e nova investigação

Quando as primeiras ameaças foram feitas e o primeiro inquérito foi aberto, a Anvisa ainda não tinha sequer avaliado a possibilidade do uso das vacinas contra a Covid na população infantil.


Na última quinta-feira (16), a diretoria colegiada da Anvisa aprovou o uso de doses pediátricas do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. O Ministério da Saúde ainda avalia o tema e diz que anunciará uma decisão no dia 5 de janeiro.


Desde o anúncio, a diretoria da Anvisa e outros servidores da agência reguladora passaram a receber novas ameaças. A Polícia Federal já tinha aberto um segundo inquérito para apurar a continuidade das mensagens de intimidação, e deve incluir esses novos casos na mesma investigação.

Polícia Federal (Foto: Reprodução)


Horas após o anúncio da Anvisa na quinta, o presidente Jair Bolsonaro usou uma transmissão ao vivo em redes sociais para cobrar, em tom intimidatório, a divulgação dos nomes dos responsáveis pela liberação das vacinas para crianças.


"Não sei se são os diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou é o tal do corpo técnico, mas, seja qual for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram aqui a vacina a partir dos cinco anos para o seu filho. (...) Agora mexe com as crianças. Então quem é responsável é você pai. Tenho uma filha de 11 anos. Vou estudar com a minha esposa qual decisão tomar", disse Bolsonaro.


A associação de servidores da Anvisa e o próprio diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, repudiaram as falas em tom intimidatório.Veja detalhes no vídeo abaixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário