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5 de mar. de 2022

Segurança das usinas de energia nuclear em meio à Guerra na Ucrânia

 

Usina Nuclear de ZaporizhzhiaCrédito: Energoatom

Recentemente os russos bombardearam a usina de energia nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, que é a maior da Europa. Uma das preocupações é a possibilidade de liberação de material radioativo ao estilo de Chernobyl. A usina atacada conta com seis grandes reatores de energia nuclear, portanto há uma quantidade significativa de material nuclear no local. Embora os reatores não sejam os mesmos existentes em Chernobyl e tenham sido projetados de forma bem mais segura, os mesmos não são menos vulneráveis às armas de guerra. O prédio que sofreu o ataque e o incêndio que se seguiu estava localizado em torno de 500 metros do bloco dos seis reatores. Não continha material nuclear, pois era usado apenas para fins de treinamento e administração. Nenhum aumento nos níveis de radiação foi detectado. As forças russas efetivamente assumiram o controle da usina, mas a equipe ucraniana permanece no controle dos reatores.

No momento do ataque, apenas um dos seis reatores estava operando: a unidade 4 com 60% de potência. Todas as outras unidades já estavam desligadas para manutenção ou em estado de espera por conta da baixa demanda de energia. A planta continua, portanto, a operar normalmente até certo ponto, embora nas circunstâncias mais anormais. De um modo geral, as usinas nucleares da Ucrânia continuam em risco. O desligamento de um reator nuclear não o torna suficientemente seguro. Uma vez que o combustível nuclear tenha sido colocado em um reator, ele continuará a gerar seu próprio calor por muito tempo após o desligamento. Reatores mais antigos, como os da Ucrânia, exigem medidas ativas para manter o combustível em um estado seguro. A água deve circular nas piscinas de armazenamento e no reator mesmo após o desligamento, o que significa que é necessária uma fonte de eletricidade, bem como pessoal para monitorar e gerenciar a usina. No caso da usina nuclear de Zaporizhzhia, embora a energia necessária para fazer circular essa água possa ser fornecida pela unidade 4, os operadores treinados ainda precisarão de acesso imediato ao local para garantir o fluxo de água de resfriamento retirada do rio Dnieper. Sem esse resfriamento, uma série de cenários de acidentes podem ocorrer, desde uma fusão de combustível nuclear até uma explosão do núcleo do reator.

Se a unidade 4 fosse desligada, a eletricidade necessária para viabilizar o resfriamento teria que ser trazida de fora do local. No entanto, na atual situação, a disponibilidade dessa energia externa não é garantida. Além disso, uma vez que uma usina nuclear é desligada, ela não pode ser reiniciada por vários dias. Logo, desligar a planta a tornaria dependente de uma fonte de energia potencialmente não confiável para manter as funções de segurança. Manter a unidade 4 operando em um estado de baixa potência aparentemente é a melhor opção. A Ucrânia é fortemente dependente da energia nuclear, com 15 reatores gerando cerca de metade de sua eletricidade. Todos os seus reatores atuais são do tipo VVER projetados na Rússia.

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