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16 de jun. de 2022

Satélite detecta “maior” vazamento de metano do mundo em mina de carvão russa


Gasoduto para transporte de metano na Califórnia


Uma mina de carvão em uma parte remota da Rússia está expelindo enormes quantidades de metano, um gás de efeito estufa muito potente, no que foi descrito como o “maior” vazamento de metano já detectado em uma única instalação.

A Mina Raspadskya, na região de Kemerovo, no sul da Rússia, está emitindo quase 90 toneladas de metano a cada hora, de acordo com novos dados da GHGSat, uma empresa que usa satélites para monitorar vazamentos de metano do espaço.


A companhia disse que detectou 13 pontos distintos de metano durante um registro de satélite em 14 de janeiro de 2022 e observou mais pontos em datas subsequentes.



Stephane Germain, fundador e presidente da GHGSat, disse à CNN na quarta-feira (15) que o vazamento de 14 de janeiro não foi um incidente único – a empresa detectou vazamentos consistentes da instalação nos últimos cinco meses.

“Encontramos grandes vazamentos em todo o mundo, mas este se destacou”, disse Germain, acrescentando que foi o maior vazamento já registrado. A GHGSat disse que, se a emissão continuasse na mesma taxa por um ano, a mina emitiria mais de 764.000 toneladas de metano – equivalente à quantidade de gás natural necessária para abastecer 2,4 milhões de residências por um ano.

Até o momento, a Raspadskaya, empresa que opera a mina, não respondeu ao pedido de comentário feito pela CNN.

Depois do dióxido de carbono, o metano é o segundo maior contribuinte para as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos.

O metano é o principal componente do gás natural que é usado para aquecer residências e cozinhar, e pode vazar de minas de carvão, perfuração de petróleo e gás, bem como dos dutos que transportam combustíveis fósseis. Também vem de aterros sanitários e da agricultura, com vacas sendo uma de suas maiores fontes de emissão.

Por muito tempo, o metano foi ignorado como um problema, porque suas emissões totais são significativamente menores do que as do CO².

No entanto, o gás tem aproximadamente 80 vezes mais poder de aquecimento no curto prazo do que o CO² e, de acordo com o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a concentração de metano na atmosfera é maior agora do que em pelo menos 800.000 anos.

“Se pudermos encontrar as fontes de metano em todo o mundo, isso pode ter um impacto de curto prazo muito grande nas mudanças climáticas, com maneiras de reduzir essas emissões”, disse Germain.

O gás é difícil de detectar porque é invisível e inodoro. A GHGSat está usando seis satélites com espectrômetros de alta resolução que tornam o metano visível e podem identificar a fonte exata dos vazamentos.Imagens de satélite detectam emissões de metano em mina russa / GHGSat

“Cada gás na atmosfera absorve luz em um comprimento de onda específico, cada gás tem uma ‘impressão digital espectral’ e o espectrômetro procura essas impressões digitais”, explicou Germain. Ele disse que o vazamento na Rússia se encaixa em uma tendência mais ampla que a empresa está vendo em todo o mundo.

“As emissões de mineração de carvão aumentaram significativamente no ano passado. Vimos isso na China, na Rússia, nos Estados Unidos, na Austrália, e tão sistematicamente, para nós, isso indica que houve um aumento na produção de carvão”, disse ele.

Um acordo para reduzir o uso de carvão foi um dos principais pontos na cúpula do clima COP26 em Glasgow no ano passado, com os países finalmente concordando em “reduzir gradualmente” o consumo como parte de seus esforços para combater o aquecimento global.

Germain disse que o aumento da produção de carvão está correlacionado com o aumento dos preços do gás. “Países que têm recursos de carvão provavelmente estão muito interessados ​​em fontes alternativas de energia com custo mais baixo do que o atual do gás. Francamente, é muito lamentável”, disse ele.

A GHGSat disse que a grande liberação de metano da Mina Raspadskya pode ser intencional e relacionada à segurança na mina. Ele explicou que o metano é um subproduto inevitável da mineração, com bolsões de gás liberados durante o processo de extração.

Um grande acúmulo de metano em túneis subterrâneos pode ser extremamente perigoso porque o gás é explosivo. Mineiros no local de Raspadskaya já sofreram consequências mortais; em 2010, uma explosão de gás na mina matou mais de 60 pessoas.

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