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9 de set. de 2022

Viagra segue como tratamento principal para disfunção erétil, dizem médicos

 Foto: Divulgação/Pfizer

 


Nem bicentenário, nem eleição. O que teve destaque na última quarta-feira, 7 de Setembro, foi a potência sexual do presidente Jair Bolsonaro (PL), que puxou para si um coro com o termo "imbrochável".

Segundo especialistas, entretanto, a disfunção erétil é um problema comum entre homens, e não tratar o tema com seriedade pode aumentar o estigma e prejudicar o tratamento, que dispõe de diversos recursos terapêuticos.

A viagra e outros medicamentos do grupo são alguns dos principais, segundo médicos, mas homens podem recorrer também a próteses penianas, mudanças no estilo de vida e terapias sexuais. Um profissional da saúde deve indicar o tratamento adequado para cada caso.

"[Imbrochabilidade] é uma bobagem. O cara mais saudável possível pode passar por uma situação de estresse extremo que pode impedir a obtenção da ereção peniana", afirma o urologista Carlos Teodósio da Ros, 58, médico do Ambulatório de Andrologia do Hospital São Lucas da PUC-RS de Porto Alegre.

O psiquiatra e terapeuta cognitivo comportamental Rodrigo Barreto Huguet, 48, médico do Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte (MG), concorda.
"É mito. Este tipo de cobrança acaba atrapalhando a pessoa, que acha que não pode brochar de jeito nenhum e fica mais pressionada, com mais dificuldade. O sexo é muito parecido com a insônia, se achar que precisa dormir, a pessoa fica ansiosa e não dorme", diz.

Segundo Huguet, não é realista pensar que o homem não terá algum tipo de disfunção erétil ao longo de sua vida. "Ereção é involuntária e depende de uma série de fatores psicológicos, de como a pessoa está na hora. Ela acha que deveria estar afim, mas a cabeça e o corpo não", afirma o psiquiatra.

O urologista Teodósio explica que a disfunção erétil (DE), antigamente chamada de impotência sexual, é a perda ou falha em manter a ereção. 

Diferentemente do que muitos pensam, não é só o envelhecimento que provoca o problema.

"Está relacionada ao sedentarismo, obesidade, tabagismo, uso de drogas, ingestão excessiva de álcool, estresse, problema de sono, baixa testosterona, hipertensão, diabetes, com medicamento. Enfim, se pensarmos que dois ou três atrapalham um pouquinho, o resultado final é uma baita de uma perda de ereção", afirma o médico.

Ele diz que é comum pacientes procurarem informações na internet em vez de buscarem ajuda profissional por medo de falarem sobre ejaculação precoce, problemas de ereção ou falta de libido - como se admitir fosse uma falha ou perda de masculinidade.

O especialista diz ainda que procurar soluções por conta própria pode piorar o quadro em vez de resolver, especialmente se a pessoa estiver tomando medicação para problemas coronários como angina, que são contraindicadas se associados a remédios para a disfunção erétil.

"Tem que ir para o médico, disfunção erétil tem solução. Desde a mais simples como um Viagra, Levitra ou Cialis, algo do grupo dessas medicações, até procedimentos mais complexos como o implante de uma prótese peniana. Fica sem relação sexual quem quer", afirma o médico.

"O mais importante é ter uma vida saudável, dormir, diminuir o estresse e reduzir a ingestão de bebida alcoólica."

Conforme a idade avança, porém, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes. Nesse momento, o médico pode indicar a medicação oral, reposição da testosterona e o uso de bombas de vácuo específicas, além de injeções no pênis antes do sexo.

A terapia sexual às vezes também é necessária e o paciente precisa procurar um psicólogo ou psicoterapeuta da sexualidade.

Para pessoas heterossexuais, manter a parceira ciente e até levá-la a uma consulta também ajuda no tratamento, pois afasta a ideia de que o problema é falta de desejo por parte dela, e mostra que o apoio funciona mais que a cobrança. Falar com amigos e parentes que passaram pelo mesmo problema é outra forma de quebrar alguns tabus, diz o urologista.

De acordo com Rodrigo Huguet, a disfunção erétil também pode ser derivada de transtornos psicológicos como a depressão e ansiedade, além da dependência de álcool e outras drogas.

Para o psiquiatra, nesses casos vencer o preconceito contra o tratamento psiquiátrico e psicoterápico é o primeiro passo para voltar a uma atividade sexual saudável.

"Por desinformação, a pessoa acha que é fraqueza tratar com medicação antidepressiva, que deveria tratar tudo na força de vontade. Mas é preciso equilibrar essa química cerebral ou pela psicoterapia dar à pessoa ferramentas para lidar com aquelas dificuldades", diz Huguet.

A pressão para ser muito viril também pode atrapalhar na ereção. "Esse tipo de comportamento, de fala [sobre ser "imbrochável"], acaba atrapalhando e não é verdade. É conversa fiada do presidente, não tem isso não", finaliza Huguet.


Fonte: Folhapress

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