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30 de dez. de 2022

Governo terá recorde de ministras, mas mulheres ainda são minoria na Esplanada

 Foto: Pedro França/Agência Senado 

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem recorde no número de ministras em seu terceiro governo, mas a maioria do primeiro escalão ainda é formada por homens brancos.

O petista foi eleito com o discurso de fazer um governo que contemplasse a diversidade de cor e raça do país. Dos 37 ministérios anunciados, 11 serão comandados por mulheres (29%).

Antes da nova Esplanada de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era a que mais teve mulheres no seu primeiro escalão. Simultâneas, foram 10 em 37 pastas (27%).

O número de Lula 3 representa um aumento expressivo em comparação com o seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

No primeiro escalão do atual mandatário, há apenas uma mulher em 1 das 23 pastas: Cristiane Rodrigues Britto, à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Bolsonaro não deu prioridade em sua administração para compor uma equipe diversa. Ele é adepto do discurso de que esse tipo de preocupação com representatividade é "mimimi".

Situações semelhantes ocorreram nos demais governos do período democrático. José Sarney teve apenas uma mulher em seu governo: Dorothea Werneck no Ministério do Trabalho. Fernando Collor de Mello teve à frente da Economia Zélia Cardoso de Mello.

Embora com um mandato curto após o impeachment de Collor, Itamar Franco nomeou duas mulheres: Margarida Coimbra do Nascimento para Transportes e a gaúcha Yeda Crusius na pasta do Planejamento.

Fernando Henrique Cardoso teve em seus dois mandatos Cláudia Costin -que integrou a equipe de transição de Lula- no Ministério da Administração e Reforma do Estado. Ele também escalou Dorothea Werneck para a pasta da Indústria e Comércio.

Ao assumir o Planalto após o impeachment de Dilma, o ex-presidente Michel Temer começou sua gestão sem mulheres no comando de ministérios, sendo duramente criticado por isso. Ele chegou a ter o Ministério dos Direitos Humanos dirigido por Luislinda Valois, mas terminou seu governo apenas com Grace Mendonça na Advocacia-Geral da União.

Lula destacou a participação das mulheres em seu primeiro escalão. "Nunca antes na história do Brasil teve tantas ministras", disse.

O petista oficializou nesta quinta-feira (29) Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede) para o Planejamento e o Meio Ambiente, respectivamente. As duas foram consideradas aliadas essenciais durante a campanha.

Além delas, também foram anunciadas a ex-jogadora de vôlei Ana Moser para o Esporte, e Sônia Guajajara para o Ministério de Povos Indígenas. A pasta foi promessa de campanha do petista.

Durante a campanha, Lula foi questionado se se comprometeria em indicar mulheres para ao menos 50% dos ministérios. Ele disse que não faria esse tipo de promessa.

"Não sou de assumir compromisso, de me comprometer a fazer metade, a indicar religioso, a indicar mulher, a indicar negra, a indicar homem. Ou seja, você vai indicar as pessoas que têm capacidade para assumir determinados cargos", afirmou.

Quando se observa o critério racial, a maioria dos ministros ainda é de brancos, ao menos 25. Há três negros e cinco pardos.

Para obter a informação, a reportagem utilizou o critério de autodeclaração, seja nos registros de candidatura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seja em falas públicas. Nos casos dos nomes em que a informação não estava disponível, a reportagem indagou a cada um como se declarava.

Lula tem sido cobrado a compor um ministério diverso, com menos homens e mais pessoas não brancas. O próprio presidente eleito disse durante a primeira leva de anúncios que o grupo de ministros teria um perfil diverso.

"Vão ter outros ministérios. E vocês vão ver que a gente vai colocar muita gente para participar. Vão ter mulher, homem, negros, índios, vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira, em sua total plenitude. Não se preocupe com isso", afirmou ele a jornalistas na ocasião.

O futuro ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou a participação feminina no governo.

"Não só em quantidade, mas postos chaves e decisivos do governo. Temos mulheres na equipe econômica, temos mulheres em áreas estratégicas como Saúde e como Meio Ambiente, nas áreas que cuidam de populações vulneráveis, nas áreas estratégicas na área da economia, como o Turismo", disse.

Folhapress

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