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1 de jan. de 2023

Bento XVI deixou vasta produção na literatura e foi referência na moda

 Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo

Embora naturalmente associado a uma figura religiosa e política, o papa emérito Bento 16, que morreu aos 95 anos neste sábado, 31, no Vaticano, também deixa um legado que transborda para a cultura -e inclui polêmicas e histórias curiosas.

Talvez seu maior impacto tenha sido a representação no cinema feita pelo brasileiro Fernando Meirelles em "Dois Papas", que chegou ao Oscar com o retrato imaginativo, mas com toques de realidade, da relação que o pontífice tinha com o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, que o sucederia como Papa Francisco após sua renúncia ao papado em 2013.

Deixando as telonas, o impacto do papa também é visto na música, com polêmicas envolvendo os Beatles e Bob Dylan, na moda, com seus clássicos sapatos vermelhos, e na literatura, com sua extensa lista de publicações.

NO CINEMA

Bento 16 apareceu nas telonas no filme "Dois Papas", de 2019, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles. A trama parte de imaginações sobre a relação entre o pontífice, interpretado por Anthony Hopkins, e o então cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio -o atual Papa Francisco-, vivido por Jonathan

Pryce, para tratar sobre questões da Igreja Católica. O longa foi indicado a três categorias do Oscar -melhor ator, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

NA MODA

O papa emérito foi mencionado pela revista masculina Esquire como o "melhor portador de acessórios" na lista que elencava os 23 homens mais bem-vestidos do mundo em 2017. O motivo foi a combinação contrastante do hábito papal branco com os sapatos de cor vermelho-rubi -chamados de múleo, escolhidos pelo próprio pontífice.

Apesar de serem abandonados quando ele renunciou ao cargo, a fama dos sapatos foi boa enquanto durou. Chegou-se a dizer, inclusive, que o item fashionista seria da marca Prada. A própria revista Esquire corrigiu a informação após uma espécie de bronca do Vaticano -resumindo, o Papa não veste Prada, mas Cristo", escreveram os porta-vozes da cidade-estado.

Segundo publicou a Reuters na época, os múleos, na verdade, são de autoria de um sapateiro peruano chamado Antonio Arellano, que conquistou o direito de produzir os calçados do pontífice.

NA MÚSICA

Uma das mais clássicas frases de John Lennon foi dita em 1966, sobre sua percepção de que os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo na época -comparação feita para ilustrar o contraste entre o declínio do cristianismo e a ascensão do rock. A resposta do Vaticano veio afiada -"Alguns assuntos não devem ser tratados de forma profana, nem mesmo no mundo dos beatniks", publicou o jornal oficial L'Osservatore na época.

Bento 16 até tentou fazer as pazes usando o mesmo jornal para elogiar o grupo em 2010, quando o fim da banda completou quatro décadas. "É verdade, eles usavam drogas e se deixavam levar pelo sucesso", dizia o texto. "Eles até chegaram a dizer que eram mais populares que Jesus. Mas, ouvindo suas músicas, tudo isso parece distante e insignificante."

O baterista do grupo inglês, Ringo Starr, no entanto, não engoliu os elogios. "O Vaticano não disse que nós éramos satânicos ou algo assim? E mesmo assim nos perdoaram? Eu acho que eles têm coisas mais importantes a dizer além dos Beatles", disse em entrevista.

As rusgas não apareceram só com os Beatles -sobrou também para Bob Dylan. Em seu livro "John Paul II, My Beloved Predecessor" [João Paulo 2º, meu querido antecessor, em tradução livre], Bento 16 disse que enxergava o músico como um "tipo de profeta" e que não sabia se concordava com a mensagem do artista.

Na literatura, o papa emérito também se aventurou pelo mundo da literatura -especialmente com seus textos teológicos. Ratzinger deixou mais de seis dezenas de publicações. Entre elas, a série de livros "Jesus de Nazaré", de 2007, que fala sobre a vida e os ensinamentos da figura, foi um dos destaques de sua biografia.

 

Folhapress

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