Sem acordo, motoristas de ônibus preparam greve geral para segunda-feira (13)

 Mais uma rodada de negociações entre empresários de ônibus, prefeitura de Teresina e motoristas, que não avançou. Diante da falta de consenso, os motoristas e cobradores confirmaram na noite desta terça-feira (7) que vão iniciar uma greve geral por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (13). Pela manhã, a categoria teve reunião com os donos de consórcios na sede da Strans e à tarde com o secretário de governo, Michel Saldanha, no Sintetro. As conversas voltaram à estaca zero.

 “Como não houve avanços temos 72 horas para comunicar sobre a greve geral a Strans, os consórcios e o Ministério do Trabalho. A proposta da prefeitura é o repasse de R$ 1,5 milhão aos empresários e os consórcios alegam que precisam no mínimo de R$ 3 milhões. Não há consenso e nenhuma previsão de assinar nossa convenção”, disse Antônio Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro).

Os motoristas informaram ainda que se o pagamento do salário não acontecer até às 10h desta quarta-feira (8), a categoria paralisa as atividades nos consórcios que não efetuarem o pagamento. 

Atualizada às 17h30

O secretário municipal de Governo (Segov), Michel Saldanha, iniciou uma reunião no final da tarde terça-feira (7) com motoristas e cobradores na sede do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro), no Centro de Teresina, para discutir uma proposta que impeça uma nova greve geral da categoria.

Ao Cidadeverde.com, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou que a reunião foi solicitada pela Prefeitura de Teresina. A pasta deve apresentar uma alternativa para tentar evitar a paralisação das atividades dos trabalhadores do transporte público da capital. Sem acordo, a previsão é que a greve se inicie na próxima segunda-feira (13)

“Já fizemos tudo que podíamos fazer. Já conversamos com o prefeito, com os vereadores, fomos na Assembleia Legislativa falar com os deputados, mas os empresários não nos apresentam nada”, disse o líder da entidade sindical. 

Já Saldanha pontuou que o encontro com os trabalhadores é uma tentativa de apaziguar a situação. A intenção é mostrar que há um esforço concentrado, inclusive com auxílio do Governo do Estado, para solucionar a crise do transporte público teresinense.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

“O objetivo é evitar uma nova paralisação. O prefeito tem tratado dessa questão de uma maneira diferente de outros gestores, porque está enfrentando o problema. Estamos negociando, conversando dioturnamente com os empresários”, destacou o secretário.

Motoristas e cobradores aprovaram o estado de greve em duas assembleias gerais realizadas no último dia 28 de fevereiro, mas adiou o início do movimento paredista para aguardar uma proposta da Prefeitura e dos Consórcios que operam o transporte público da capital. Caso não se chegue a um acordo, os trabalhadores podem voltar a cruzar os braços.

Entre as reivindicações, a categoria cobra das empresas a assinatura da convenção coletiva, reajuste salarial dos motoristas para R$ 2.830 com jornada de 7h20, ticket alimentação de R$ 600 e plano de saúde.

Recentemente, o prefeito Dr. Pessoa (Republicanos) reconheceu mais uma vez a crise no transporte público e fez um apelo para que motoristas e cobradores não voltassem paralisar suas atividades. Apesar disso, garantiu que a gestão municipal está preparada para o caso de uma nova greve.

Durante a reunião, o secretário de Governo reforçou o pedido argumentando que a prefeitura tem se esforçado para garantir um “ambiente possível” de negociação entre os trabalhadores e empresários, a exemplo de medidas que irão reduzir o custo de operação da frota.

“Existe a sinalização da aprovação das medidas apresentadas pelo Governo do Estado no que se refere a questão da desoneração do ICMS em relação aos combustíveis, o IPVA para a futura frota. Está se delineando um cenário propício para essa negociação”, frisou Saldanha.