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10 de mai. de 2023

Pesquisa aponta risco de volta da poliomielite; Piauí não alcançou cobertura recomendada

 Foto: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde

A Poliomielite está erradicada no Brasil desde 1989, mas a baixa cobertura vacinal é apontado por pesquisadores como risco para que o Brasil volte a registrar casos da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a cobertura vacinal para a doença no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a circulação do vírus. No Piauí, o percentual de pessoas vacinadas ficou em torno de 86%, maior que a média nacional, mas ainda está abaixo do nível recomendado pela OMS. Em Teresina, a cobertura vacinal está em 74,29%.

Uma busca no Painel de Vacinas de Rotina do Piauí é possível encontrar municípios piauienses com cobertura vacinal abaixo da média nacional. São o caso de Alagoinha do Piauí (69,57%), Assunção do Piauí (54,76%), Campinas do Piauí (69,44%), Cocal (70,50%), Coronel José Dias (63,83%), Ilha Grande (59,87%). Em Sebastião Marques, por exemplo, a cobertura vacinal da poliomielite está abaixo de 50%. Neste mesmo painel é possível ver que outros imunizantes estão com a cobertura vacinal abaixo do recomendado.

Para José Cassio de Morais, assessor temporário da Organização Pan-Americana da Saúde, a cobertura depende principalmente da confiança nas vacinas distribuídas pelo governo, de como administrar o medo da reação vacinal, da dificuldade de acesso aos postos, do nível de renda familiar e da escolaridade da população. Para melhorar o quadro atual, Morais defende mais investimento mais em campanhas e na informação de qualidade.

“É importante lembrar que a vacinação, além de uma proteção individual, é uma proteção coletiva. Vimos isso na questão da covid-19, em que muitas pessoas não quiseram se vacinar. E precisamos atentar para a questão da comunicação social. Temos uma avalanche de fake news a respeito das vacinas e que trazem muito dano para a população. Mas não temos quase notícias positivas a respeito da vacina. Tem tido muito pouca divulgação da campanha de vacinação contra influenza, por exemplo. Temos que melhorar isso, divulgar melhor os fatos positivos em relação à vacina”, afirmou o assessor da Opas.

O risco de volta da Poliomielite no Brasil

O alerta para a volta da circulação do vírus aconteceu na sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI). Durante o evento, a presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, destacaou o conjunto de fatores que levaram a esse cenário e disse que existe um risco evidente.

“Com o processo de imigração constante, com baixas coberturas vacinais, a continuidade do uso da vacina oral, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigilância ambiental, vamos ter o retorno da pólio. O que é uma tragédia anunciada”, afirmou.

Luiza Helena lembrou que sempre se diz que as vacinas são vítimas do seu próprio sucesso. “Hoje ninguém mais viu um caso de pólio. Não se tem essa noção de risco enorme, mas ele existe. E não tem milagre, nem segredo. Tem que vacinar.”

A pesquisadora citou um estudo do Comitê Regional de Certificação de Erradicação da Polio 2022, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que aponta o Brasil como segundo país das Américas com maior risco de volta da poliomielite, atrás apenas do Haiti.

Como se dá o contágio?

A poliomielite pode levar o paciente à morte ou provocar sequelas motoras graves. A doença é causada pelo poliovírus e pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes.

Caso recente no Peru deixa Brasil em alerta

Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou a vigilância nas fronteiras. Há 30 anos, o continente estava livre de registros da doença.

 

Adriana Magalhães (Com informações da Agência Brasil) 
redacao@cidadeverde.com

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