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Dados do IBGE apontam as mulheres piauienses trabalham o dobro que os homens em afazeres domésticos. O número faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (11)
No Piauí, em 2022, as mulheres trabalharam com afazeres domésticos cerca de 23,1 horas por semana, enquanto os homens 11,4 horas semanais. Assim, as mulheres trabalharam a mais que os homens cerca de 11,7 horas a mais por semana, ou seja, o dobro do que os homens.
No Piauí, cerca de 91% das mulheres piauienses atuam em afazeres domésticos, como: preparo dos alimentos, lavar louças, cuidar da limpeza de roupas e sapatos, realização de pequenos reparos no domicílio bem como do veículo próprio e de eletrodomésticos, limpeza do domicílio e do jardim, pagamento de contas e o cuidado de animais domésticos.
Ainda segundo a pesquisa, no Piauí, as mulheres se envolvem mais com os afazeres domésticos que os homens. Apenas 72,5% dos entrevistados do sexo masculino afirmaram fazer esse tipo de atividade.
Se a mulher ou o homem forem casados, a diferença se amplia. A mulher casada se envolve mais ainda com os afazeres domésticos, passando a ser atividade para 96,6% delas, enquanto
que para os homens casados reduz para 70,2% deles.
Em termos de Brasil ocorre o contrário do percebido no Piauí, pois a participação dos homens que se casam aumenta, passando de 79,2% para 82,3%, e a das mulheres que se casam passa de 91,3% para 96%.
Cuidado com familiares
No Piauí, em 2022, cerca de 36,5% da população de 14 anos ou mais de idade estava incumbida da tarefa de cuidar de pessoas da família ou mesmo de parentes. Esse indicador do Piauí foi, inclusive, o maior dentre todos os estados do Brasil. Contudo, esse índice chegou a apresentar uma redução em relação ao ano de 2019, quando chegou a atingir 40,1%. No ano de 2019, havia cerca de 956 mil pessoas no Piauí envolvidas no cuidado de outras pessoas, número esse que se reduziu para 868 mil, em 2022, uma redução de 88 mil pessoas no período. São informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, obtidas através do módulo de Outras Formas de Trabalho.
As tarefas envolvidas no cuidado de outras pessoas são, por exemplo: o auxílio em cuidados pessoais como alimentar, vestir, auxiliar nos estudos, brincar e dar banho em crianças; transportar pessoas da família para o médico, escola, exames de saúde, para atividades sociais; cuidado de pessoas idosas e de pessoas com deficiência.
Em termos de Brasil, em 2022, as tarefas de cuidar de pessoas abrangia cerca de 29,3% das pessoas de 14 anos ou mais de idade, indicador menor que o do Piauí em 7,2 pontos percentuais. Esse indicador apresentou, inclusive, uma redução em relação ao ano de 2019, quando atingiu 33,3% das pessoas. No país, em 2022, havia aproximadamente 45,7 milhões de pessoas incumbidas de cuidar de outras pessoas.
O estado com o menor indicador de cuidado de outras pessoas foi Rondônia, com 23,2%. A pesquisa mostra, também, que as mulheres estão mais envolvidas que os homens nas tarefas de cuidados com os outros. Assim, no Piauí, 43,3% das mulheres de 14 anos ou mais de idade estavam envolvidas naquelas atividades, enquanto os homens eram cerca de 29,2%, o equivalente a 14,1 pontos percentuais a menos que as mulheres.
No Piauí, as pessoas que mais cuidam das outras está na faixa etária de 25 a 49 anos, com 47,1% delas envolvidas nessas tarefas. A provável razão desse maior percentual para aquele grupo etário é a presença de filhos nas famílias, os quais requerem, naturalmente, mais atenção dos pais. O segundo grupo etário mais envolvido no cuidado das pessoas é o de 14 a 24 anos, com 33,4%, seguido do grupo etário de 50 anos ou mais de idade, com 23,3%.
Trabalho voluntário
O trabalho voluntário tem aumentado ano a ano no Piauí. Em 2016, cerca de 2,5% das pessoas de 14 anos ou mais de idade se envolvia em atividades de caráter voluntário no estado, número esse que chegou a 3,7%, em 2022. Em termos quantitativos, no Piauí, em 2016, havia cerca de 65 mil trabalhadores voluntários, passando para 97 mil pessoas, em 2022, um incremento de 32 mil pessoas no período de 6 anos. São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
O trabalho voluntário é aquele onde o indivíduo não recebe remuneração pelas atividades realizadas em prol da sociedade, seja individualmente ou através de congregações religiosas,
sindicatos, condomínios, partidos políticos, escolas, associação de moradores, ONGs, grupos de apoio, dentre outros.
No Brasil, a participação no voluntariado também tem aumentado. Em 2016, cerca de 3,8% das pessoas de 14 anos ou mais de idade havia realizado trabalho voluntário, número que aumentou para 4,2% em 2022. O estado que apresentou o maior indicador de voluntariado foi o Amapá, com 5,3% das pessoas. Por sua vez, o estado com o menor indicador foi Alagoas, com 2,3%.
No Piauí, a realização de trabalho voluntário aumenta com a idade. Assim, a faixa etária da população que mais se envolve com o trabalho voluntário é a de 50 anos ou mais de idade,
com 4,2% do pessoal desse grupo etário. Na sequência vem a faixa etária de 25 a 49 anos, com 3,9%, e a faixa de 14 a 24 anos, com 2,3%.
No estado, as pessoas de maior nível de instrução, as de nível superior completo, são as que mais se disponibilizaram para o trabalho voluntário, com 6% das pessoas com aquele nível
de formação. Na sequência vem as pessoas de nível médio completo e superior incompleto, com 3,6%; as pessoas sem instrução e fundamental incompleto, com 3,3%; e as pessoas com o
ensino fundamental completo e médio incompleto, com 2,9%.
Natanael Souza (Com informações do IBGE)
redacao@cidadeverde.com
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