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8 de nov. de 2023

Reconhecimento por testemunhas levou à prisão por engano de médico em caso de morte de morador de rua

 

Por Roberto Araujo e Graciane Araújo

A Polícia Civil do Piauí esclareceu, nesta terça-feira (7), as circunstâncias que levaram à prisão, em agosto de 2023, de um médico apontado à época como suspeito de ter assassinado o morador de rua Francisco Eudes dos Santos Silva, vulgo Cabeludo, na praça João Luís Ferreira, no Centro de Teresina, em 2022. A polícia explicou que as investigações, posteriormente, apontaram que ele não teve nenhum envolvimento com o caso. Nesta terça, foram presos um fisioterapeuta e um vigilante apontado como os autores do crime. Segundo a polícia, eles confessaram a participação. 

De acordo com o delegado Jorge Terceiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, a prisão do médico se deu a partir do reconhecimento de testemunhas, onde os indícios levantados à época apontaram que ele seria o autor do crime, o que foi refutado com o avançar das investigações.

"Diversas testemunhas foram ouvidas. E algumas testemunhas, em reconhecimentos fotográficos, acabaram reconhecendo uma pessoa que não estava no local do crime. Como é que nós sabemos isso? Porque nós nos valemos de outras técnicas investigativas, que já se encontram em poder do Ministério Público e do magistrado da causa, que atuam na Central de Inquéritos, mostrando que a pessoa que foi detida para fins de investigação, alguns meses atrás, não se encontrava no local do crime. As testemunhas sabem relatar a ocorrência criminosa de forma genérica e batem com as filmagens que nós temos do local que captaram a ação criminosa. Mas o momento do reconhecimento de quem seria o autor, um reconhecimento fotográfico, acabaram apontando a pessoa que não se encontrava no local", disse.

O delegado também explicou que os dois presos preventivamente nesta terça (7) confessaram a participação no crime. O fisioterapeuta é enteado do vigilante, que teria cometido o crime. Segundo o delegado, eles disseram que cometeram o crime em defesa a supostas agressões que teriam acontecido, o que a investigação não confirma.

"[Eles disseram] que os moradores de rua teriam partido para cima deles e eles se defenderam. Um deles, mais especificamente, teria sacado a arma e reagido a uma agressão dos moradores. Entretanto, a nosso ver, essa versão não se sustenta nos demais elementos. Nem das testemunhas, nem das próprias filmagens do crime sendo praticado", explicou.

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Os advogados Norberto Campelo e Gilberto Holanda, que atuam na defesa do médico ortopedista Albert Medeiros, que foi preso temporariamente suspeito do crime em agosto deste ano, estiveram no DHPP para acompanhar o caso. Norberto Campelo afirmou que os advogados ajudaram nas investigações para que médico fosse totalmente retirado da culpa.

“Desde o primeiro momento a gente já tinha consciência de que havia um equívoco na investigação. O Dr. Albert é uma pessoa que jamais se envolveu em qualquer tipo de ato ilícito, estava com a consciência absolutamente tranquila e nosso papel, o Dr. Gilberto (o outro advogado), foi tentar colaborar com as investigações, já de plano comprovando que era impossível a participação do Dr. Albert, porque ele estava em um local muito distante do local da ocorrência e outras provas, também muito contundentes, foram possíveis de ser recolhidas rapidamente a comprovar a ausência total de participação neste evento que era investigado”, explicou Norberto.

 

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