Por Mílton Jung e Cássia Godoy, CBN
08/12/2023 06h38 Atualizado há 14 minutos
Conselho de Segurança da ONU — Foto: Reprodução
O Conselho de Segurança da ONU discute hoje a crise entre a Venezuela e a Guiana por causa da região petrolífera de Essequibo. No Brasil, o presidente Lula vai discutir o assunto hoje à tarde com o ministro da Defesa, José Múcio, que aumentou as tropas militares e mandou blindados para a fronteira.
Lula ainda está no Rio de Janeiro e embarca às nove da manhã para a Brasília. Durante a cúpula do Mercosul, o presidente disse que o Brasil está disposto a mediar o conflito para evitar uma guerra:
No final da cúpula, os integrantes do Mercosul e de mais quatro países alertaram para ações unilaterais na América Latina e pediram diálogo entre a Venezuela e a Guiana.
O documento foi divulgado por líderes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, membros do bloco, além de Chile, Colômbia, Equador e Peru.
No texto, os líderes afirmam que a América Latina deve ser um território de paz e trabalhar com todas as ferramentas da sua longa tradição de diálogo. Numa entrevista à CNN, o presidente da Guiana, IRFAAN ALI, disse ter recebido apoio de Lula na disputa com a Venezuela.
Nesta semana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou uma série de medidas para incorporar a região de Essequibo, que é rica em petróleo e corresponde a 70% do território guianense.
As medidas foram anunciadas depois que os venezuelanos aprovaram em plebiscito no domingo a anexação do território do país vizinho. Ontem, equipes de resgate localizaram um helicóptero das Forças Armadas da Guiana que havia desaparecido com dois tripulantes e cinco soldados do Exército a bordo. Cinco pessoas morreram e duas sobreviveram. As autoridades do país informaram que perderam contato com a aeronave por causa do mau tempo.
Já o governo americano anunciou ter enviado aviões militares para sobrevoar a região de Essequibo. O ministro da Defesa da Venezuela classificou a ação dos Estados Unidos como uma infeliz provocação. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que as operações militares na região são rotineiras, mas ressaltou que os Estados Unidos reconhecem o território soberano da Guiana.
A preocupação com a Venezuela acontece em meio a mudanças políticas no Mercosul e no momento em que o bloco tenta avançar em negociações comerciais que se arrastam há décadas.
A cúpula no Rio também marcou o fim da presidência temporária do Brasil à frente do bloco, que agora será comandado pelo Paraguai.
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