Por Bruno Luiz
11/12/2023 12h12 Atualizado há 2 horas
Polícia do Rio recupera oito das 21 metralhadoras furtadas do Exército de Barueri, em São Paulo. — Foto: Reprodução
BraO Exército e a Polícia Civil do Rio de Janeiro teriam negociado com traficantes de drogas da maior facção criminosa da capital fluminense a devolução de dez das 21 metralhadoras furtadas no quartel de Barueri, em São Paulo. De acordo com reportagem do G1 e da TV Globo, a informação, revelada pelo site Metrópoles, consta do depoimento de um investigador da Delegacia de Repressão e Entorpecentes do Rio de Janeiro (DRE).
Em nota, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) negou que a negociação tenha ocorrido. O CMSE afirmou que suas ações são sempre pautadas pelo princípio da legalidade e disse que as investigações do caso continuam. A reportagem da CBN entrou em contato com a Polícia Civil do Rio e aguarda resposta.
Segundo o depoimento do investigador, o setor de inteligência da DRE trocou informações com a inteligência do Exército Brasileiro. Os dados apontavam que os armamentos furtados estariam na posse da facção na comunidade Cidade de Deus, com um traficante de apelido Dedei, que as negociava.
Ainda segundo o policial, a DRE e o Exército tiveram acesso a um vídeo que mostra as armas furtadas do quartel em Barueri. Na filmagem, o apelido de outro traficante, Capixaba, é citado. O depoimento ainda menciona que "os armamentos teriam passado, antes de chegarem à Cidade de Deus, nas comunidades da Rocinha, Penha e Vila Cruzeiro, todas dominadas pelo Comando Vermelho".
Metralhadoras furtadas do Exército de Barueri, em São Paulo. — Foto: Divulgação / Polícia Civil do Rio
O policial suspeita que as metralhadoras seriam usadas pelos traficantes para atacar aeronaves e veículos blindados das forças de segurança. Quando os criminosos souberam que o armamento era procurado pela polícia e pelo Exército, eles decidiram entregá-las.
No documento, há a informação de que "foi aberto um canal de comunicação" com o companheiro da sogra do segundo traficante. Consta, ainda, que esse homem entrou em contato com o criminoso, "que parecia estar preocupado com a situação", "passando a negociar a entrega de mais 2 (duas metralhadoras) calibre .50".
As investigações apontam que 21 metralhadoras, 13 delas antiaéreas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62, foram furtadas em meados de setembro deste ano. O desvio só foi descoberto mais de um mês depois, em outubro, durante recontagem das armas no Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), em Barueri.
Das 21 armas, dez foram recuperadas no Rio, oito delas em 19 de outubro e duas em 1º de novembro. Outras nove armas foram recuperadas pela polícia de São Paulo no dia 20 de outubro, no município de São Roque, interior paulista. Nessas operações, ninguém foi preso. Outras duas metralhadoras ainda são procuradas.
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