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5 de abr. de 2024

Transtorno é frequente': moradores da região central de São Paulo sofrem com instabilidade de luz



Por Marcella Lourenzetto

— São Paulo


05/04/2024 12h44 Atualizado há 59 minutos


Região central de São Paulo teve falta de fornecimento de energia elétrica. — Foto: Marcella Lourenzetto


A energia elétrica voltou por volta das 10h50 da manhã desta sexta-feira (5) no último prédio que estava completamente sem luz na Rua Miguel Carlos, região central de São Paulo.


O encarregado do estacionamento que funciona no local, Antônio Carlos de Brito, conta que o prédio estava sem energia desde a tarde de quinta-feira. Ele e os outros funcionários precisaram subir e descer os 14 andares de garagem pela rampa, porque não havia energia para usar o elevador.



“Estou aqui há 15 anos, de um tempo pra cá começou a ter esse transtorno de energia aqui. Tá frequente, isso aqui é direto, não para. Aí tem que subir a pé, não dá pra usar o elevador. E não pode usar o veículo do cliente, né? Então a gente tem que subir a pé. Tem todo um transtorno, não para. E eles [Enel] não tem previsão de retomada. A gente fica na mão deles, né? O que eles fizerem a gente tem que aceitar, porque só eles que mexem no sistema”.





O edifício garagem recebe em média 800 carros por dia e gasta entorno de R$5 mil reais por mês com a conta de luz.


Apesar do reestabelecimento da energia, alguns pontos ainda estão com a luz funcionando de forma parcial, como é o caso do estacionamento.


Em lojas da rua, apenas uma fase está funcionando, o que impossibilita, por exemplo, o uso de ar-condicionado e até do ventilador.



“Está só uma fase, não está a fase completa, só pegando as luzes, os computadores não estão ligando, as portas não estão abrindo, não liga o computador... Semana retrasada a gente ficou a semana inteira sem luz, o movimento parou, a gente abriu só metade das portas, aqui no escuro, trabalho danado para passar os pedidos e tudo”, contou o vendedor João Victor Vieira.




A gerente de uma loja na região, Jennifer de Freitas Ferreira, também reclama que o problema está recorrente: “Não tem luz? Não tem luz! A gente trabalha sem luz até um determinado horário, depois não dá, a gente abaixa as portas e vai embora. Perde muito cliente”.


O professor Edval Delbone, do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia, tranquilizou quem tem receio de queima dos eletrodomésticos e eletrônicos: “Apenas equipamentos industriais que precisam das três fases para funcionar, caso falte uma fase pode sim gerar um problema. Mas geralmente há proteção. Agora, eletrodoméstico não”.



“Chuveiro, torneira elétrica, que depende das duas fases, aí vai deixar de funcionar, mas não haverá queima. Então, o que acontece quando falta uma fase? Metade da casa deixa de funcionar e outra metade continua funcionando normalmente, mas não haverá risco de queima”, explica o professor.




Desde às 16h de ontem começaram reclamações sobre novas quedas de luz em pontos das ruas Miguel Carlos e Cantareira, próximo ao Mercado Municipal.



No mês passado, um apagão deixou várias ruas dos bairros de Higienópolis, Bela Vista, Cerqueira César, Santa Cecília e Vila Buarque sem luz por um longo período. Diversos comércios e residências precisaram de geradores, incluindo hospitais como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que ficou horas sem energia. A região de comércio da 25 de Março também foi afetada pela interrupção no fornecimento de eletricidade.


A situação gerou uma nova punição contra a Enel. A empresa voltou a ser multada pelo Procon de São Paulo, por diversas infrações ao Código de Defesa do Consumidor. O valor da nova multa foi fixado R$ 12,9 milhões. A infração mais relevante apontada pelo Procon foi a falta de fornecimento de energia para a Santa Casa de Misericórdia.


O órgão de defesa do consumidor ainda aponta cobranças indevidas, problemas no serviço de atendimento ao cliente e falta de resposta da empresa. No final do ano passado, a Enel foi multada pelo Procon de São Paulo R$ 12,7 milhões após o apagão que deixou milhões de imóveis sem energia no início de novembro.


Em nota, a Enel afirmou que vai responder a notificação dentro do prazo.




Investimento em manutenção




Um levantamento feito pela CBN no último mês, mostrou que a Enel diminuiu os investimentos em manutenção da rede elétrica em São Paulo no ano passado, quando um apagão deixou milhões de pessoas no escuro em novembro. Foram 737 milhões de reais investidos, uma queda de quase 8% em relação a 2022.


Conversando com especialistas, fica claro que variações nos investimentos são naturais de um ano para outro e não podem ser levadas em consideração isoladamente para medir a qualidade do serviço.


No entanto, as mudanças climáticas obrigam mais investimentos na rede elétrica.


Até porque há dinheiro em caixa: o lucro da companhia em São Paulo passou de 777 milhões de reais ao fim de 2019 para um bilhão e trezentos milhões ao término de 2023.

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