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18 de mai. de 2024

Após quase 200 anos, telegrama cai em desuso, mas ainda é usado no Brasil; saiba mais



Por Victor Veloso cbn

— Belo Horizonte


18/05/2024 06h01 Atualizado há uma hora


Quase meio milhão de telegramas foram enviados neste ano — Foto: Correios







Após quase 200 anos, telegrama cai em desuso, mas ainda é usado no Brasil; entenda

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Em pleno ano de 2024, o telegrama ainda é útil? A resposta é sim. No escritório de advocacia da Mariana Gonçalves, em Belo Horizonte, o envio de mensagens ou comunicados importantes é feito somente por telegrama. A advogada começou a usá-lo há 10 anos e não abandonou mais.



“Não existia tanta facilidade no uso dessa comunicação rápida do WhatsApp, nem todo mundo tinha ainda. A verdade é que o telegrama me trazia uma segurança jurídica importante nas demandas dos meus clientes. Então, quando eu precisava de uma notificação oficial e urgente e, também, ter certeza de que o recebimento seria validado, eu tinha o telegrama como uma solução. As ferramentas de conversas rápidas, hoje em dia, têm um efeito bom, mas eu ainda continuo usando telegrama porque ele me traz essa confirmação do recebimento”, conta.





O primeiro telegrama foi enviado há exatos 180 anos, em 1844. Foi quando ele se tornou algo revolucionário e era visto como uma forma rápida de se enviar uma mensagem. Anos depois é que vieram as opções de telegrama pelo telefone e, ainda mais tarde, na internet.




Como enviar um telegrama




Funciona assim: por telefone, ligamos para um número onde passamos a mensagem desejada e, do outro lado da linha, uma pessoa anota o recado. Em seguida, fornecemos o endereço de destino. Já pelo site, é como um envio de uma mensagem comum, mas, assim como no telefone, o recado deve ser curto. Nas duas modalidades, a carta é entregue em até quatro horas em todo o Brasil.


No primeiro trimestre de 2024, foram enviados 490 mil telegramas on-line, sendo a maioria postada por empresas. Segundo os Correios, a principal demanda vem de convocações de concursos, perícias médicas e cobranças judiciais.


Selma e o marido, Geraldo Rodrigues, trocaram os primeiros telegramas ne época do namoro — Foto: Arquivo pessoal


Se hoje em dia o telegrama é mais usado por empresas e escritórios, no passado os objetivos eram outros. Selma Regina, de 73 anos, por exemplo, trocou os primeiros telegramas com o então namorado na década de 1970. São mais de 30 mensagens que falam, principalmente, sobre amor. Por meio desses telegramas, Selma e o companheiro, que estão juntos há quase 50 anos, fizeram planos e concretizaram muitos sonhos, mesmo à distância.




“Era algo muito comum naquela época, porque as ligações por telefone eram difíceis de fazer. Eu sempre mandava telegrama. Eu e meu marido mandávamos, constantemente, mensagens na época do namoro e do noivado porque morávamos bem distantes. Nesse período, nós trocamos 33 telegramas e 43 cartões familiares e de amigos. Eu fiz um álbum com tudo isso e guardo nos mínimos detalhes. Tenho muito amor por cada uma dessas lembranças bonitas”, diz.




Os telegramas e cartas ficam em um caderno criado por Selma — Foto: Arquivo pessoal


Também foi um telegrama, enviado na década de 1980, que mudou os rumos dos estudos do médico Marcelo Eduardo Amici Jorge. Ele se inscreveu em uma vaga de estágio na Europa, mas as ligações avisando sobre a aprovação não foram atendidas. O resultado chegou por mensagem.



“Eu fiz a inscrição e mandei o currículo pelo diretório acadêmico da faculdade, só que eu não lembrava como era a forma de contato do resultado. E foi através de um telegrama que enviaram o resultado pra casa da minha mãe. Eu fui fazer estágio de dois meses na Itália e acabei ficando seis meses lá, foi ótimo”, lembra.




Já o motorista Sérgio Henrique Pianta, de 60 anos, tem memórias de família. Ele sempre enviava um telegrama à mãe quando a visitava no interior de Minas.




“São mini cartas onde você só escreve o essencial porque, pelo menos na minha época, era caro pela agilidade. Ele chegava bem mais rápido do que uma carta e a gente só mandava as informações básicas, como “chego amanhã em determinada hora”. Como minha mãe morava em Juiz de Fora, eu passava as minhas férias escolares com ela, então para ela ficar sabendo. Assim, ela me buscava na rodoviária”, recorda.




Recentemente, os telegramas tiveram os preços reajustados pelos Correios. Hoje, a mensagem enviada pela internet custa R$ 10,74. Já o serviço prestado por telefone, tem o valor de R$ 12,96.


E você, já enviou um telegrama e ainda guarda alguma lembrança envolvendo esse tipo de mensagem?

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