Por Marcella Lourenzetto da cbn
— São Paulo
15/05/2024 06h26 Atualizado há uma hora
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As águas do Guaíba e dos rios que cortam o Rio Grande do Sul ainda não baixaram, mas o estado pensa - e precisa pensar - em reconstrução. Apesar de especialistas e autoridades classificarem que ainda não se pode fazer uma avaliação da tragédia, exemplos internacionais levantam debates sobre o que pode e deve ser feito para readequar as cidades diante da emergência climática.
Não basta construir novas casas, arrumar estradas ou reerguer pontes nas cidades atingidas pela enxurrada: é preciso deixar de ignorar a natureza.
De acordo com a Confederação Nacional de Municípios, apenas 22% dos gestores consideram que as cidades estão preparadas para enfrentar as mudanças climáticas.
'Cidades-esponja'
A arquiteta e urbanista Taneha Bacchin fala sobre o conceito de “cidades-esponja”, que pensa na adaptação do uso do solo em infraestruturas que sejam úteis para a cidade ao mesmo tempo que absorvem um grande volume de água:
"A noção de ‘esponja’ é uma noção em que você gerencia a água da chuva no local. O fluxo dessa água de chuva não está sendo descarregada em outras regiões da cidade. Então, você está gerenciando essa água localmente, no sítio, e absorvendo, armazenando essa água, inclusive, para um uso no futuro, no caso de seca. É realmente uma esponja que faz a absorção da água no local", explica
O desenho da drenagem consiste em amortecer a água que cai do céu, diminuir a velocidade e permitir que espaços permeáveis inundem, sem causar destruição.
Taneha Bacchin é professora de Projeto Urbano na Universidade de Delft, na Holanda, e conta que essa é apenas uma das soluções. O país onde ela vive tem vários exemplos de cidades resilientes, que precisaram lidar com o aumento das descargas fluviais e pluviais em um cenário de alterações climáticas cada vez mais frequentes.
'Espaços para os rios'
Na década de 1990, após uma grande cheia de rios holandeses, o governo criou o programa "room for the river", basicamente um “espaço para o rio”, em tradução livre. O objetivo era devolver mais espaço aos rios, a fim de reduzir o risco de inundações.
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Programa "room for the river" (“espaço para o rio”) na Holanda — Foto: Reprodução
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