Por Pedro Bohnenberger
e Cláudio Gabriel
— Rio de Janeiro
01/05/2024 06h01 Atualizado há uma hora
Há três décadas, em 1993, os maiores ídolos da música pop mundial passaram pelo Brasil e causaram um rebuliço. Michael Jackson faria um show no Rio no dia 14 de outubro, e Madonna subiria no palco no Maracanã no dia 6 de novembro. A imprensa chegou a fazer reportagens comparando os dois ícones da música e, em setembro, o jornal O GLOBO publicou, em página inteira, uma matéria com o título “A maior Guerra Pop do Rio”.
Havia expectativa de que os dois se apresentassem no Rio num intervalo de menos de um mês e os cariocas se decidiam sobre qual dos shows ir. Na consulta feita pelo jornal à época, Michael vencia de lavada: 66% dos artistas que participaram da pesquisa diziam preferir o show dele. Glória Pires, Patrícia Pillar, Erasmo Carlos, José Wilker e Bussunda foram algumas das celebridades que participaram da enquete.
Apesar disso, o tal confronto não aconteceu. Ao menos não no Rio de Janeiro. Os cariocas ficaram sem Michael naquele ano, porque a prefeitura do Rio não deu garantias para a realização da apresentação, segundo os organizadores. Dessa forma, a turnê “Dangerous” teve apenas duas apresentações, em São Paulo, no Morumbi, nos dias 16 e 17 de outubro.
Decisão da Justiça causou confusão sobre restrição de idade
A apresentação da Madonna em 1993 também ficou marcada por confusões sobre as regras de classificação indicativa. No dia anterior ao show, um juiz do Rio aumentou a restrição de idade de 10 para 14 anos. Por causa disso, muitos adolescentes tiveram dúvidas se poderiam ir ao espetáculo. Na época, os organizadores garantiram que, se algum cliente fosse barrado, receberia o reembolso do ingresso.
Acampamentos e cambistas não são novidade
Divulgação do show da Madonna, em 1993 — Foto: Reprodução
As longas filas e até acampamentos para ver artistas já chamavam atenção em 1993. Fãs de várias partes do país esperavam na porta do hotel onde a rainha do pop ficou hospedada. Em reportagens de jornais da época, também há relatos de que cambistas vendiam os ingressos sem fiscalização e a preços bem maiores. A entrada para arquibancada, por exemplo, custava cerca de CR$ 2.500 (cruzeiros reais). Os cambistas vendiam por mais de CR$ 4.000 em shoppings da capital.
Madonna e Michael Jackson já tinham vindo ao Brasil?
A visita de 1993 foi a primeira de Madonna ao nosso país para uma apresentação. Ela só retornaria 15 anos depois, em 2008, e em 2012. Agora, em 2024, estará entre nós pela quarta vez.
Já Michael Jackson desfrutava de sua segunda visita ao Brasil, mas a primeira como artista solo. Em 1974, ele já tinha feito uma apresentação com o Jackson Five. Em 1996, veio ao Brasil novamente, mas não para um show, e sim para a gravação do icônico clipe de "They Don’t Care About Us", dirigido por Spike Lee.
“Dangerous World Tour” e “The Girlie Show”: conheça as turnês
Apesar do auge nos anos 1980, com discos como “Thriller” e “Like a Virgin”, Michael Jackson e Madonna seguiram com grande destaque na década de 1990.
Em 1991, Michael lançou o álbum “Dangerous”, com músicas como “Remember the Time”, “Black or White” e a faixa título. No ano seguinte, saiu “Erotica”, de Madonna, com os clássicos “Rain”, “Bad Girl” e a música que dá título ao álbum.
Aliás, em 1992, os dois estavam muito bem posicionados nas paradas da Billboard. No top 100, Michael ocupou as posições 14, 19 e 66. Já Madonna, a 21ª.
Os álbuns foram o pontapé inicial para as turnês “Dangerous World Tour” e “The Girlie Show”. A primeira começou em junho de 92 e acabou em novembro de 93, logo depois da passagem pelo Brasil. Já a segunda durou de setembro a dezembro de 93.
Na “Celebration Tour”, que Madonna traz para o Brasil agora em 2024, ela canta “Justify My Love” e “Rain”, que não eram apresentadas desde em turnê de 93.
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