Rússia diz que reunião entre Putin, Zelensky e Trump só seria possível após 'acordos concretos

 

Depois do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pedir uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Kremlin afirmou que um encontro triplo só poderia ocorrer se os países chegassem a 'acordos concretos'.

'Tal reunião deve ser o resultado de acordos concretos entre as delegações [ucraniana e russa]', afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Mais cedo nesta quarta-feira (27), Zelensky, que está na Alemanha, afirmou que não se importa com uma reunião com a presença de Trump e que estava 'pronto para qualquer formato'.

'Se Putin não se sentir confortável com uma reunião bilateral, ou se todos quiserem que seja uma reunião trilateral, não me importo', disse a repórteress.

 

Nessa terça (27), Trump fazer publicações contra Putin dizendo que ele 'ficou completamente louco' depois de lançar o maior ataque aéreo na guerra na Ucrânia. Ele ainda afirmou que está planejando novas sanções contra os russos.

Segundo o republicano, se Putin seguir dessa maneira, pode levar à 'queda da Rússia'.

Trump ainda criticou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenksy, afirmando que 'não está fazendo nenhum favor ao seu país falando do jeito que ele fala'.

Pouco antes, o presidente americano afirmou à repórteres que 'não estava feliz' com a atitude do russo. E não 'sabia o que estava de errado'.

Ele também, durante essa conversa, levantou a possibilidade de sanções mais intensas contra o país para acabar com os ataques.

Ao ser questionado sobre as afirmações de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o país é grato aos americanos e ao presidente ao longo do período de negociação e entende que há uma 'sobrecarga emocional'.

'É claro que, ao mesmo tempo, este é um momento muito crucial, que está associado, é claro, à sobrecarga emocional de todos e a reações emocionais'.

A Ucrânia vem sofrendo com novos fortes ataques russos nos últimos dias em meio a uma grande troca de prisioneiros. Segundo as forças armadas do país, foram lançados 355 drones e nove mísseis da Rússia contra a Ucrânia durante a noite dessa segunda (25). Segundo o porta-voz da força aérea afirmou à Reuters, foi o maior ataque de drones desde o início da guerra.

O que Putin quer para acabar com a guerra?

Sempre houve uma grande dúvida sobre o que afinal o presidente da Rússia, Vladimir Putin, gostaria para acabar com a guerra na Ucrânia. A agência de notícias Reuters conversou com três fontes dentro do governo russo e descobriu duas das principais.

Elas são:

·         Exigência que líderes se comprometam, por escrito, a interromper a expansão da OTAN para o leste;

·         Suspensão de uma parte das sanções contra a Rússia.

As mesmas três pessoas destacam que o líder russo estaria pronto para um cessar-fogo e para o fim do conflito, porém não gostaria que isso fosse a qualquer custo, ainda mais após anos de conflito e um gasto militar do país.

Elas ainda destacam que, caso isso não seja aceito, a ideia do país é seguir na ofensiva e mostrar que a paz 'amanhã será ainda mais dolorosa'.

Em relação a OTAN, o principal objetivo é não deixar a Rússia sem um maior controle na região do leste europeu, como foi praticamente o estopim do confronto com a Ucrânia. Esse embate é especialmente com os próprios ucranianos, mas também com Geórgia, Moldávia e outras antigas repúblicas soviéticas.

 Fonte CBN