A deputada Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que
saiu do Brasil e está na Europa. Ela não informou, no entanto, o lugar exato.
Além disso, a congressista disse que iria pedir licença do cargo e que
participaria de atividades em diversos países, como França e Itália. Segundo
ela, Eduardo Bolsonaro já estaria fazendo um trabalho similar nos Estados
Unidos.
'Queria anunciar que estou fora do
Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que
eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo',
afirmou ela durante transmissão em um canal do Youtube.
Zambelli já está automaticamente inelegível por oito anos. Isso após ser
condenada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal por
invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de
documentos falsos. Ela foi condenada a dez anos de prisão e a perda do mandato
parlamentar. No entanto, o cumprimento da pena e a perda do mandato só poderão
ocorrer após o trânsito em julgado, ou seja, sem possibilidade de mais recursos
– a defesa ainda pode recorrer no próprio STF.
Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram condenados por incluírem
vários documentos falsos no sistema do CNJ, inclusive um mandado de prisão
falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O ministro, relator da ação no
STF, ainda fez relação do fato com os atos golpistas de 8 de janeiro – a invasão
ao sistema ocorreu no dia 4 de janeiro – para Moraes, a proximidade entre as
datas não foi coincidência.
Ela afirmou que iria recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal que
a condenou por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserção
de documentos falsos.
Zambelli negou envolvimento nos crimes e apontou supostas falhas e
contradições no depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado no
caso, à Polícia Federal. A fala ocorreu hoje de tarde para jornalistas na sede do
PL, em São Paulo
Zambelli e o advogado de defesa, Daniel Bialski, criticaram o fato da
decisão ter sido tomada em plenário virtual, comprometendo o direito à ampla
defesa. Bialski afirmou que não há provas materiais que vinculem diretamente a
deputada às ações do hacker.
A parlamentar também mencionou que enfrenta problemas de saúde, como a
síndrome rara de hipermobilidade articular, disfunções cardíacas e depressão.
Um assessor entregou a ela diante das câmeras, uma caixa com diversos
medicamentos, que Zambelli exibiu aos jornalistas.
A deputada disse que condição de saúde dela será apresentada pela defesa
como argumento para demonstrar que não tem condições de cumprir pena em regime
fechado:
Delgatti e Zambelli foram condenados a oito anos e três meses de prisão
por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Zambelli e o
hacker terão de pagar uma indenização estimada em 2 milhões de reais
A defesa informou que vai apresentar um agravo regimental no início da
próxima semana. Após a publicação do acórdão, pretende interpor embargos de
declaração e outros recursos cabíveis
A situação da deputada permanece em análise na Câmara dos Deputados, que
poderá deliberar sobre a cassação de seu mandato com base na decisão do Supremo
Zambelli articula com aliados no Congresso a suspensão da ação penal até
o fim de seu mandato e afirmou contar com o apoio de mais de 200 parlamentares.
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