A Cúpula do Brics começa neste domingo (6), no Rio de
Janeiro. Nos dois dias de encontro, devem ser discutidos temas como cooperação
em saúde global, comércio, investimentos e finanças, além de mudanças
climáticas e governança da inteligência artificial.
O grupo inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul,
Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Na
categoria de "países parceiros", estão nações como: Belarus, Bolívia,
Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Por causa da presença das delegações estrangeiras, o governo
federal decretou operação de Garantia da Lei e da Ordem. A medida autoriza o
emprego das Forças Armadas com poderes de polícia durante a Cúpula. Ela entrou
em vigor na quarta-feira (2) e permanece válida até o dia 9.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo também definiu uma
área de restrição que inclui a proibição de voos de helicópteros e drones nas
imediações do evento.
Durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics, neste
sábado (5), o presidente Lula disse que o vínculo entre paz e desenvolvimento é
evidente.
O líder brasileiro também defendeu uma governança
multilateral para regras sobre inteligência artificial e afirmou que o
desenvolvimento da IA sem diretrizes claras traz riscos e efeitos colaterais.
"A revolução tecnológica permeia todos os setores das
nossas economias. Infraestruturas públicas, digitais, reabilitam inovações e
criam oportunidades para start-ups e pequenas e médias empresas. A inteligência
artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na
ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas
com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os
ricos e os efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma
governança multilateral", defendeu.
Sem citar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula
criticou o crescimento do protecionismo econômico.
"Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às
nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a
arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro
promissor", afirmou.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também
participou da abertura do Fórum e afirmou que o Brics se transformou em um
importante protagonista na geopolítica mundial.
O Fórum Empresarial do Brics antecedeu a Cúpula de Chefes de
Estado, realizada pela terceira vez no Brasil.
Banco do Brics
A presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, confirmou a
entrada da Colômbia e do Uzbequistão como novos membros da instituição
financeira. O anúncio foi feito após a décima reunião anual do Conselho de
Governadores do Banco.
Dilma destacou o compromisso do Banco com assuntos como
transição energética, financiamento climático e investimento em ciência e
tecnologia com foco na inteligência artificial.
De acordo com ela, o Novo Banco de Desenvolvimento já aprovou
US$ 6,3 bilhões em financiamentos para 29 projetos no Brasil. Desse montante,
US$ 4 bi já foram desembolsados.
Fonte CBN