O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até às 20h34 desta sexta-feira (27) para prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal sobre o pedido de asilo à Argentina, risco de fuga e descumprimento de cautelares.
É nesse horário que termina o prazo de 48 horas dado pelo ministro Alexandre de Moraes para defesa e também a Procuradoria-Geral da República se manifestarem sobre relatório da Polícia Federal.
A PF indiciou o ex-presidente e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, por interferência no julgamento da ação sobre a tentativa de golpe de Estado.
O relatório apontou ainda a participação de Paulo Figueiredo e do pastor Silas Malafaia nas práticas criminosas.
Malafaia foi alvo de ação da PF e teve o celular apreendido e o passaporte cancelado.
No celular de Jair Bolsonaro apreendido em julho, os investigadores recuperaram mensagens e áudios que haviam sido apagados.
Entre eles, um documento, de 33 páginas, com pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei.
O arquivo sem assinatura e sem data teria sido criado pela nora do ex-presidente, a esposa do senador Flávio Bolsonaro.
Em outras conversas, Jair Bolsonaro pediu orientações ao advogado norte-americano Martin Luca, ligado ao presidente Donald Trump, sobre o tarifaço contra as exportações brasileiras.
A Polícia Federal também apontou que o ex-presidente descumpriu a proibição de uso de redes sociais ao compartilhar mais de 300 vídeos no WhatsApp relacionados às sanções impostas pelos Estados Unidos a Alexandre de Moraes.
Além disso, segundo o relatório, Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões nas suas contas entre março de 2023 e fevereiro de 2024.
A PF cita cerca de 50 comunicações de movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente, e pessoas ligadas a ele, como o filho, Eduardo, e a esposa, Michele Bolsonaro.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro disse que recebeu com surpresa o indiciamento, que não houve descumprimento de medida cautelar.
E que os elementos apontados na decisão de Moraes serão devidamente esclarecidos dentro do prazo.