A operação Carbono Oculto tem 350 alvos entre pessoas físicas e empresas em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A operação, do Ministério Público de São Paulo, conta com apoio da Polícia Federal, da Polícia Militar e da Receita Federal.
São mais de 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas. Eles são suspeitos da prática de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.
Segundo as investigações, a facção criminosa usava centenas de empresas na cadeia produtiva de combustíveis para fazer a adulteração do produto e obter lucro, além de realizar a sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Em uma das ações, cerca de mil postos a serviço do esquema movimentaram mais de R$ 50 bilhões entre 2020 e 2024.
Em mais 300 postos, foi identificado que os consumidores estariam pagando por volumes inferiores ao informado pelas bombas.
Outros 140 postos funcionavam como empresa-fachada: não tiveram movimentação no período de 4 anos, mas foram destinatários de mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais de combustíveis.
Uma fintech atuava como banco paralelo e, sozinha, movimentou R$ 46 bilhões não-rastreáveis nesse mesmo período.
Essa fintech também recebia valores em espécie, o que chamou a atenção dos investigadores. Entre 2022 e 2023, foram quase 11 mil depósitos, totalizando R$ 61 milhões.
Ainda de acordo com a Receita, pelo menos 40 fundos de investimento foram usados como estruturas para a ocultação de patrimônio.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional pediu o bloqueio de mais de um R$ 1 bilhão em bens dos suspeitos.
O negócio era comandado por integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC.
O Ministério Público de São Paulo deve realizar uma entrevista coletiva às 11h com o procurador-geral da Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa; o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite; o secretário da Fazenda , Samuel Kinoshita; o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, além de promotores do GAECO.
A Polícia Federal deflagrou duas outras operações com o mesmo escopo da atuação do crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis.
A operação Quasar identificou um esquema que usava fundos de investimento para ocultar o patrimônio de origem ilícita que estaria ligado com as facções criminosas. São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro de fundos de investimento, além de cerca de R$ 1,2 bilhão.
Já a Operação Tank tem como objetivo desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro identificada no Paraná. O grupo criminoso atuava desde 2019, suspeito de ter lavado ao menos R$ 600 milhões, movimentando R$ 23 bilhões no meio dessa rede composta por empresas, incluindo também postos de combustíveis e instituições de pagamento digitais.
Conforme PF, as investigações começaram em 2023, quando um homem, já condenado por tráfico internacional, e a mulher dele passaram a ostentar bens de luxo em um condomínio de alto padrão em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O casal teria se associado a outros integrantes de uma empresa de produtos químicos e em uma distribuidora de petróleo para fazer movimentações indevidas.
Eles passaram a usar postos de combustíveis de uma rede, distribuidoras e instituições de pagamento para lavar dinheiro, fazer adulteração de combustíveis e fraudes nas quantidades de combustível vendidas. O grupo contava com 46 postos de combustíveis na região.
Coletiva de imprensa
Os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, vão conceder uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira para detalhar as operações.
Fonte CBN