O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou neste domingo (31) que os laços com a China estão se aprofundando e que há uma “atmosfera de paz e estabilidade” entre os países. A declaração ocorreu no primeiro dia da reunião anual da Organização de Cooperação de Xangai, realizada na cidade portuária de Tianjin.
O presidente chinês, Xi Jinping, retribuiu os elogios e afirmou que os países “devem ser parceiros, não rivais”. Foi a primeira visita de Modi à China em sete anos e o primeiro encontro presencial entre os líderes em solo chinês desde 2018, simbolizando uma reaproximação após anos de tensões, incluindo confrontos na região do Himalaia em 2020.
Uma das primeiras medidas para demonstrar o avanço foi o anúncio da retomada dos voos diretos entre os dois países, ainda sem uma data para entrar em vigor.
O encontro entre China e Índia ocorre no momento em que os dois países enfrentam tarifas elevadas de Washington e em meio a uma crescente urgência de diversificar parcerias globais. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos indianos, em resposta à continuidade da compra de petróleo russo por Nova Déli.
Modi e Jinping discutiram a necessidade de prosseguir a partir de uma "direção política e estratégica" para expandir os laços bilaterais de comércio e investimento e reduzir o déficit comercial da Índia com a China. O comunicado do ministério das Relações Exteriores da Índia sobre a reunião afirmou ainda que os laços entre os países "não devem ser vistos pela perspectiva de um terceiro país".
A cúpula reúne vinte líderes mundiais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin, recebido com tapete vermelho em Tianjin. Ele enfrenta crescentes sanções internacionais pela guerra na Ucrânia, o que coloca ainda mais pressão sobre as relações comerciais com os Estados Unidos.
Os países discutem, até segunda-feira (1º), a ampliação da cooperação em questões bilaterais, regionais e globais, como o combate ao terrorismo e a defesa de um comércio justo em plataformas multilaterais.
Fonte CBN