O Piauí enfrenta uma temporada de aumento nos focos de incêndio, principalmente na região do sudoeste do estado, onde a vegetação densa e as condições climáticas adversas tornam o combate mais difícil.
Em 2024, o Piauí registrou 10.587 focos de incêndio, com os maiores números concentrados nos municípios de Uruçuí (592), Baixa Grande do Ribeiro (513), Floriano (350), Ribeiro Gonçalves (310) e Santa Filomena (283). Já em 2025, até o momento, foram contabilizados 1.858 focos, com destaque para Uruçuí (166), Floriano (145) e Baixa Grande do Ribeiro (134), que continuam entre as regiões mais afetadas pelo problema.
Em entrevista à TV Cidade Verde, Gildênio Sousa, coordenador do PrevFogo do Ibama, explicou que o combate às queimadas é feito por brigadistas treinados que atuam em áreas protegidas, assentamentos federais, terras indígenas e unidades de conservação. “Temos um contingente pré-fogo de 62 pessoas, servidores preparados para enfrentar esse período crítico”, afirmou.
Sobre o incêndio na região do Parque Serra das Confusões, ele explica que a situação está controlada. “Fomos acionados para um sinistro próximo ao parque, uma área sensível de proteção. Um contingente de 21 brigadistas atuou, e hoje o fogo está controlado e em fase de vigilância.”
Gildênio Sousa destacou ainda a importância da atuação integrada entre órgãos. “Temos a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que define as funções dos bombeiros militares, voluntários, civis e brigadistas florestais. É uma ação conjunta, uma força-tarefa essencial para enfrentar esses desastres.”
O coordenador também alertou para os riscos enfrentados. “Já tivemos relatos de civis que, tentando apagar incêndios sem preparo, sofreram acidentes graves. Os eventos hoje são mais severos, com ventos fortes e vegetação seca, o que exige treinamento e equipamentos adequados.”
Ele ressaltou a preocupação com o bioma Caatinga, que “teve aumento de 10% nos focos de incêndio e é fundamental para a captura de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas.”
O monitoramento dos focos é feito em tempo real pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que permite uma resposta rápida das equipes do Ibama. Gildênio finalizou com um alerta para a população. “Não tentem combater o fogo sem treinamento. Isso coloca vidas em risco e pode agravar os danos ambientais.”
Com a chegada do período crítico de estiagem, o alerta é para que a população redobre os cuidados e que as autoridades mantenham a coordenação e o suporte aos brigadistas na proteção das áreas naturais do Piauí.
Fonte Cidade verde