Foto: Najla Fernandes / TV Cidade Verde

A família acompanhou na manhã desta sexta-feira (17) a exumação do corpo do músico Carlos Henrique, no Cemitério São Judas Tadeu. A medida foi determinada pela Justiça após uma solicitação da Corregedoria da Polícia Milita. A família do músico acredita que Carlos foi vítima de disparo de arma de fogo, e não de traumatismo policraniano.
Presente na exumação do corpo, o pai do músico, Carlos Batista, voltou a contestar o laudo atual. Segundo ele, ao acompanhar o atendimento do filho no hospital, ele viu marcas de disparo de arma de fogo na parte posterior da cabeça do músico.
“A gente está com um ano e quatro meses, a gente não tem sossego, a gente sofre essa dor, essa dor tem nos incomodado todos os dias. Hoje vivemos a base de tarja preta, vivemos com esse sofrimento. Queremos só a verdade. O nobre secretário Chico Lucas foi aos canais dizer que foi uma ação contundente, um politraumatismo, que não houve disparo. Eu vi no hospital, tirei fotos, a polícia, o próprio médico me barrou e mandou apagar as imagens. O que eles estão escondendo da gente? A gente quer uma resposta. Nunca tivemos amparo de ninguém. A gente só quer a verdade”, afirma Carlos Batista.
Carlos Henrique morreu após uma perseguição policial entre as Avenidas Presidente Kennedy e Dom Severino, na zona Leste de Teresina, em 30 de maio de 2024. Na ocasião, a polícia perseguia um veículo suspeito, que colidiu contra o veículo de aplicativo onde o músico estava. Após o acidente, houve disparos da polícia. A exumação busca esclarecer se a morte do músico foi em decorrência de um disparo da PM ou da colisão entre os veículos.
Com a exumação do corpo, ainda não há um prazo para conclusão do novo laudo. O advogado da família, Lucas Ribeiro, caso o laudo não ateste para lesão por arma de fogo, o material será encaminhado para institutos fora do Piauí.
“Essa quesitação responde a perguntas que possam trazer a real causa da morte do músico Carlos Henrique. Se foi disparo de arma de fogo e se ele teve alguma lesão de disparo de arma de fogo. Se o laudo complementar ele for negativo ou tiver dúvidas em relação a isso, a gente vai pedir que o material seja remetido para outros estados para que eles possam também analisar e ver se chegam na mesma conclusão”, disse.
A equipe do Instituto Médico Legal (IML) para exumação do corpo do músico foi formada por um médico legista, dois técnicos de necropsia e um presidente do inquérito.
Entenda o caso
Em agosto de 2024, a Polícia Civil, concluiu o inquérito que investigava a morte do músico Carlos Henrique e indiciou o casal Josep Machado e Bárbara Beatriz, que estava no carro que invadiu o sinal e colidiu com o carro de aplicativo em que o músico estava, por homicídio doloso. Atualmente Josep está preso no Ceará.
O inquérito também apontou que o músico morreu após ser arremessado a uma velocidade acima de 70km por hora. O carro em que os indiciados estavam vinha em uma velocidade de 93km por hora, descartando a hipóteses de que o músico teria sido atingido por disparo de arma de fogo. A família da vítima contestou a versão afirmando que Carlos Henrique foi atingido por um tiro na cabeça.
Fonte Cidade verde