O grupo terrorista Hamas libertou na madrugada desta segunda-feira (13) todos os 20 reféns israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza durante mais de dois anos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que liderou o acordo de paz, está no Parlamento de Israel.
Os últimos 13 sobreviventes em poder do Hamas foram entregues à Cruz Vermelha perto do fim do prazo previsto pelo cessar-fogo, que terminava às 6h, pelo horário de Brasília.
O primeiro grupo, de sete reféns, foi libertado por volta das 2h e passa por exames médicos numa base militar de Israel, antes de se reunir com familiares. Os 20 sobreviventes fazem parte dos 251 reféns sequestrados pelo grupo Hamas no dia 7 de outubro de 2023.
Em Tel-Aviv, uma multidão reunida na Praça dos Reféns celebrou o anúncio da libertação dos reféns. Antes mesmo da confirmação da libertação do segundo grupo de reféns, alguns dos sequestrados puderam falar com familiares em Israel, com autorização do Hamas.
Além dos 20 reféns vivos, o acordo prevê a devolução de 28 corpos de israelenses sequestrados.
Na Faixa de Gaza, milhares de palestinos também estão reunidos desde a noite deste domingo (12) para receber os prisioneiros que serão libertados por Israel. O acordo de cessar-fogo prevê que o governo de Netanyahu vai soltar quase 2 mil prisioneiros, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.
Trump desembarca em Israel
Em meio à libertação dos reféns, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou em Israel pouco antes das 4h. O republicano já se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu; discursa no Parlamento de Israel; e vai se reunir com familiares dos reféns.
Ainda a bordo do Air Force One, o presidente americano disse que a guerra já acabou.
'A guerra acabou, entendeu? Acho que as pessoas estão cansadas disso. Eu acho que o cessar-fogo vai ser mantido'.
O discurso de Trump contradiz o pronunciamento do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Nesse domingo, o líder israelense classificou a libertação dos reféns como um evento histórico, mas declarou a campanha militar na Faixa de Gaza ainda não acabou:
'Em todos os lugares onde lutamos, vencemos. Mas da mesma forma, devo dizer a vocês, a campanha ainda não terminou. Ainda há desafios de segurança muito grandes diante de nós. Parte de nossos inimigos tenta se reerguer para nos atacar novamente. E, como dizemos por aqui, estamos no controle'.
Estrutura para receber reféns
O governo de Israel preparou uma grande estrutura, principalmente na área da saúde, depois de 738 dias de cativeiro. Os preparativos foram feitos em cooperação com o Ministério da Saúde, outras pastas do governo e agências de segurança.
De acordo com o plano, os reféns serão distribuídos entre os hospitais com base em sua condição médica, idade e localização, levando ainda em consideração os pedidos das famílias. O objetivo é garantir cuidados médicos ideais, reabilitação emocional e máxima privacidade.
Depois, feridos ou com doenças crônicas são transferidos para unidades de terapia intensiva ou clínica médica, e os estáveis são internados em enfermarias especializadas.
Grupos de ajuda humanitária intensificam esforços em Gaza
Enquanto isso, grupos de ajuda humanitária intensificaram os esforços de socorro à população da Faixa de Gaza, com envio de dezenas de caminhões com alimentos e suprimentos médicos ao território, que vive um quadro de fome generalizada.
Milhares de palestinos retornaram às áreas esvaziadas em busca de suas casas, mas 75% dos prédios foram atingidos pelos bombardeios israelenses. Apesar do recuo, o Exército de Israel continua ocupando mais da metade do enclave.
Nesta segunda-feira (13), o braço armado do Hamas divulgou um comunicado em que reafirma o compromisso com o acordo de cessar-fogo. No texto, a facção diz que o acordo alcançado é resultado da firmeza do povo e da resiliência dos seus combatentes da resistência.
O grupo diz que a resistência estava ansiosa para parar a guerra de extermínio, mas o inimigo frustrou todos os esforços. O Hamas diz que Israel não conseguiu recuperar seus prisioneiros por meio de pressão militar, apesar de sua inteligência superior e força excedente.
A organização afirma que Israel, que ele chamada de inimigo, se submete e recupera seus prisioneiros por meio de um acordo de troca, como a resistência prometeu desde o início.
Fonte CBN