A Petrobras deve começar nos próximos dias a perfuração de um poço de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. A pesquisa exploratória foi autorizada pelo Ibama após mais de dez anos de debate - e a 20 dias da abertura da COP30.
A área de exploração fica na Margem Equatorial, uma faixa do litoral que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. A Petrobras anunciou que a perfuração será iniciada imediatamente, com duração estimada de cinco meses.
A companhia pretende avaliar se será possível explorar petróleo e gás em escala econômica numa área que fica a 500 quilômetros da Foz do Rio Amazonas. A região é vista pelos defensores da exploração como “o novo pré-sal” do Brasil.
A estimativa da Empresa de Pesquisa Energética é de que haja 6,2 bilhões de barris de petróleo na região, o que elevaria em mais de 50% as reservas da Petrobras, de 11,4 bilhões. O Ibama ressaltou que a decisão foi tomada depois de rigoroso processo de licenciamento ambiental.
A decisão do instituto foi anunciada na véspera do vencimento de um contrato de aluguel da Petrobras com um navio-sonda, que está parado no local desde meados de agosto, a um custo de R$ 4 milhões por dia. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a obtenção da licença é uma 'conquista' da sociedade brasileira.
Em entrevista à CBN, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o aval é um marco da soberania energética do país. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que era contra a exploração, não se manifestou. Em nota, a pasta comandada por ela reforçou que a licença foi concedida após rigoroso processo de análise ambiental por parte do Ibama.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é do Amapá, disse que o projeto vai impulsionar o desenvolvimento; gerar empregos e aumentar a arrecadação dos Estados da região Norte, sem desrespeitar a preservação ambiental. Outros políticos do Estado, como o governador Clécio Luís e o senador Randolfe Rodrigues, também comemoraram o aval do Ibama.
Entidades ambientalistas devem apresentar até o fim da semana uma ação judicial contra a licença do Ibama para perfuração do poço de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
Na avaliação de especialistas ambientais, a decisão tomada a poucos dias da COP 30 pode manchar a reputação ambiental do Brasil, ao buscar a expansão da exploração petrolífera enquanto fala de transição energética. Para a ex-presidente do Ibama e coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, a decisão é 'inaceitável'.
Fonte CBN