Cerca de 90 indígenas da etnia Munduruku, articulados pelo Movimento Ipereg Ayu, realizam uma manifestação em frente à Blue Zone, na COP30, na manhã desta sexta-feira (14). O ato começou por volta das 5h40.
Eles passaram pelo primeiro bloqueio, mas foram parados antes da entrada no pavilhão. Diversos militares do Exército fazem a segurança da entrada da conferência. A Blue Zone, neste momento, está fechada.
Os indígenas cobram uma reunião emergencial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo denuncia que o governo federal está avançando com projetos de infraestrutura que ameaçam diretamente o território Munduruku, assim como todos os povos da bacia do Tapajós e Xingu.
Os Munduruku protestam ainda contra os projetos de crédito de carbono e mecanismos de REDD+ jurisdicional que vêm sendo discutidos no âmbito da COP30 e em negociações governamentais. Eles dizem que isso representa uma 'venda da floresta'.
'O governo e o mundo precisam entender que nossa floresta não está à venda. Nós não negociamos a mãe natureza', afirmou uma liderança Munduruku durante o ato.
O grupo também cobra ao governo Lula a aceleração da demarcação das terras indígenas dos processos paralisados em pastas como a Casa Civil e o Ministério da Justiça.
PF investiga invasão da COP30 com feridos
A pedido da Organização das Nações Unidas, a Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar a invasão nessa terça-feira (11) na COP30. Os seguranças da ONU conseguiram conter os manifestantes, mas homens da Polícia Federal precisaram entrar no pavilhão para fazer a dispersão.
A própria ONU também irá investigar o episódio em que quatro seguranças ficaram feridos.
O grupo com dezenas de pessoas passou pelas portas do pavilhão; tentou avançar rumo aos espaços onde estavam os participantes da conferência e foi contido pelos seguranças da COP. No tumulto, portas foram quebradas e equipamentos de raio-X foram destruídos.
Na noite dessa terça-feira (11), integrantes do governo brasileiro; da ONU e da Polícia Federal fizeram uma reunião de emergência para avaliar os protocolos de segurança. Até mesmo por isso, os portões abrem mais tarde nesta quarta (12) com segurança reforçada.
A invasão ocorreu por manifestantes ligados a movimentos sociais, indígenas e estudantes na Blue Zone.
Agentes da Polícia Federal ficaram até de madrugada no local para fazer uma perícia e requisitaram imagens das câmeras de segurança para apurar o que aconteceu. Por causa da perícia, a entrada de trabalhadores noturnos no pavilhão foi adiada.
A invasão foi promovida por uma parte dos manifestantes que participaram da Marcha Global Saúde e Clima, que reuniu cerca de 3 mil pessoas em Belém.
Os manifestantes carregavam bandeiras contra a exploração de petróleo e da Palestina e cantavam pela taxação dos mais ricos.
Durante o tumulto, um guarda da ONU tirou o celular da reportagem da CBN e gritou que não era permitido fazer imagens da operação policial.
Fonte CBN