Nova fase da Operação Sem Desconto repercute na CPMI do INSS

Nova fase da Operação Sem Desconto repercute na CPMI do INSS

leandro santos
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Brasília
Brasília (DF), 23/04/2025 - O Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante entrevista coletiva a respeito da Operação Sem Desconto. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
© ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A nova fase da Operação Sem Desconto teve repercussão quase que imediata na CPI Mista do INSS. O presidente da Comissão, senador Carlos Vianna, do Podemos de Minas Gerais, foi bem claro: a ação desta quinta-feira (13) colocou na cadeia o núcleo principal do esquema de desvios. Tanto ele quanto o relator, o deputado Alberto Gaspar, do União de Alagoas, têm claro que são três núcleos no esquema, formado por operadores, servidores públicos e políticos. Carlos Vianna explicou:

“Nós temos com muita clareza que existem três escalões. O terceiro escalão são os operadores e laranjas que receberam e sumiram com o dinheiro. Um segundo escalão que é formado por servidores públicos concursados que se corromperam nesse sistema e que conseguiram passar de governo para governo mantendo os desvios. E um primeiro escalão que é formado por políticos. Pessoas que de governo a governo ajudaram e incentivaram ou indicaram essas pessoas, esses servidores, para continuarem na Previdência. Esse primeiro escalão, a partir de agora, também começa a ser alvo das operações e possivelmente dos depoimentos que serão dados junto ao Supremo Tribunal Federal.”

O senador destacou que um dos trabalhos da Polícia Federal tem sido descobrir onde estão os recursos desviados. No melhor estilo “siga o dinheiro”.

“Esse dinheiro está guardado em algum lugar. Existem locais onde eles guardaram. Porque na soma dos desvios, boa parte foi para o exterior, está guardado em paraísos fiscais, e uma parte desse dinheiro simplesmente desapareceu no Brasil. Esse dinheiro está guardado em algum lugar. Ou ele se transformou em bens, em propriedades, ou então há lugares onde o dinheiro está guardado.”

Um dos presos nesta quinta-feira é o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele deixou o cargo em abril, quando foi deflagrada a operação contra os descontos. Em outubro, esteve na CPI, protegido por um habeas corpus. 

“Deixa a pessoa agir para que ela possa revelar quais são os próximos caminhos, porque a pessoa se fecha. Vem num habeas corpus aqui, diz que não tem culpa. Mas quando ela sai daqui, ela começa a fazer o papel de limpeza para tentar não se culpar. E é exatamente esse monitoramento que nos ajuda a levar a investigação a cabo.”

O presidente da CPI ainda afirmou que, nas próximas semanas, outras ações poderão ocorrer. E, sem citar nomes, falou em possível envolvimento de parlamentares. Sem citar nomes, mas reforçando que eles podem ser convocados para prestar depoimento na CPI. Para dar explicações sobre indicações feitas ao INSS.
 

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