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25 de jan. de 2019

Barragem da Vale se rompe em Brumadinho, MG;mais de 200 estão desaparecidos

Uma barragem de rejeitos de minério da Vale se rompeu em Minas Gerais, na manhã desta sexta-feira (25). Desta vez o rompimento foi da Barragem Mina do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O Corpo de Bombeiros confirmou ao menos 200 desaparecidos.
O desabamento da barragem ocorre três anos depois da queda da barragem de rejeitos do Fundão, em Mariana, também em Minas Gerais. A tragédia, considerada até então o maior crime ambiental cometido no Brasil, inundou com a lama de rejeitos tóxico o Rio Doce e deixou 19 mortos.
Duas vítimas da lama da Vale foram resgatas por helicóptero do Corpo de Bombeiros
Prefeituras de cidades próximas ao Rio Paraopeba, alertam os moradores que se mantenham longe do curso d’água. O rio é responsável pelo abastecimento de água de 2/3 da região de Belo Horizonte.
O Corpo de Bombeiros confirmou que há ao menos 200 pessoas desaparecidas após o rompimento da barragem de Brumadinho. De acordo com a corporação, um posto de arrecadação de alimentos foi montado na Faculdade Asa de Brumadinho.
Ao todo, 51 bombeiros e seis aeronaves atuam no resgate de vítimas. 1oo pessoas foram resgatadas com vida.
A Defesa Civil de Belo Horizonte foi colocada a disposição da cidade de Brumadinho para o apoio às vítimas.
Em nota, a Vale confirmou o rompimento da barragem. Há indicações de que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco, pertencente ao município de Brumadinho. Os assessores informam que ainda não há confirmação sobre feridos no local, mas moradores da região afirmam que dentre as áreas atingidas está o refeitório dos trabalhadores da Mina do Feijão.
A pousada Nova Estância que fica próxima à barragem foi totalmente destruída com a lama dos rejeitos de mineração. Segundo um morador da região, entre 20 e 30 pessoas, entre funcionários e hóspedes, estão desaparecidas.
Desesperado, o bombeiro hidráulico Jéferson Ferreira dos Passos relatou o acontecido ao jornal “Estado de Minas”. “Minha irmã trabalhava aqui, a sogra dela, colegas nossos da pousada, todos os familiares… Cheguei aqui e me deparei e tentei salvar alguém. Consegui salvar duas vítimas. uma moça quebrou a perna e a outra senhora já estava mais na beirada e coloquei em local mais firme. Depois de uns 40 minutos, o helicóptero chegou. A que quebrou a perna estava deitada e passando lama por cima dela. Ela queria dormir, mas não conseguia dormir. Até o helicóptero chegar eu fiquei acudindo ela. Foi muito difícil. Bem trabalhoso. Tinha eu e um colega meu. Aqui tinha uma pousada, tinha a casa do pessoal que trabalhava na pousada, abaixo tinha outra casa do pessoal da pousada e ao lado uma fazenda. Agora não tem nada. Tem mal mal uma casinha do outro lado, que a lama não passou lá e por isso não levou. Continuamos em busca da minha irmã, de notícias, de alguém que aparecer. A mãe da minha cunhada está desaparecida”.
A Polícia Militar divulgou vídeo que dá a dimensão da tragédia: 
👉 ZEMA SE PRONUNCIA

Governador @RomeuZema diz que "todo aparato do governo de Minas Gerais foi enviado para prestar os primeiros socorros às vítimas" de Brumadinho
👉 IMAGENS AÉREAS DA TRAGÉDIA DE BRUMADINHO

Polícia Militar de Minas Gerais divulga vídeo aéreo da região atingida por rejeitos da mineradora Vale pic.twitter.com/7WYXI5AcWt
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Após o rompimento da barragem, o Instituto Inhotim, que fica na mesma cidade, informou em sua conta nas redes sociais que como medida de segurança está evacuando o local. O Museu fica a cerca de 16 quilômetros da barragem, o complexo de arte contemporânea e jardim botânico não foi atingido pela lama, de acordo com as primeiras informações.
Clique e veja o vídeo da lama de rejeitos:
Vídeo que circula nas redes mostra estrago do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de BH. Bombeiros trabalham no local
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TRAGÉDIA DE MARIANA
Brumadinho fica a 120 quilômetros de Mariana, cidade onde há 3 anos, em novembro de 2015, houve o desastre do rompimento da Barragem do Fundão, operada pela Samarco, um consórcio entre a Vale e a empresa britânica BHP Billiton.
O desastre provocado pelas mesmas mineradoras responsáveis pela Barragem em Brumadinho destruiu o distrito de Bento Rodrigues, deixou 19 mortos, famílias sem teto e sem trabalho.
A barragem de Fundão abrigava cerca de 56,6 milhões de m³de lama de rejeito. Desse total, 43,7 milhões m³ vazaram, em 2015. Esses rejeitos atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce, destruíram distritos e deixaram milhares de moradores da região sem água e sem trabalho.
Apenas um mês depois do desastre, foram retiradas 11 toneladas de peixes mortos, 8 toneladas em Minas e 3 toneladas no Espírito Santo.
Moradores perderam suas casas e a construção do lugar onde serão os reassentamentos sequer começou. Até hoje ninguém foi punido criminalmente pelo rompimento da Barragem do Fundão.
AO MENOS 50 BARRAGENS EM RISCO
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), de Minas Gerais, apontou em janeiro de 2018, a existência de 50 barragens sem garantia de estabilidade, nem todas de rejeitos. A barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que se rompeu no início da tarde desta sexta-feira, não estava entre elas.
Na época, a procuradora de Justiça e membro da força-tarefa Rio Doce – que acompanha e cobra pelo Ministério Público de Minas Gerais ações após a tragédia do rompimento da Barragem do Fundão – Andressa Lanchotti afirmou que há pelo menos 37 barragens de rejeitos no estado que correm risco de ruptura, com efeitos graves para o meio ambiente e as pessoas.

“Usamos o inventário da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), estudos técnicos do MP com indicadores de quais estruturas estão em risco, dados estatísticos de processos, inquéritos civis e chegamos ao número de 37 barragens. Mas não dá para falar com segurança que além dessas não tenhamos outras em situação de risco”, afirma a procuradora, que destacou a necessidade de ampliar a fiscalização e de aprovar as leis que tramitam na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) há dois anos para que haja um fortalecimento desse controle de implantação e garantias dos empreendimentos.

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