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24 de jan. de 2019

Polêmica: Aparelhos de Raio X não apresentam risco se estiverem desligados

Na última segunda-feira (21), a população do município de Arapiraca, no interior do estado de Alagoas, ficou apavorada após a Vigilância Sanitária ter encontrado, em um ferro-velho, um item ao qual se acreditava fazer parte de um equipamento de Raio-X. Havia suspeita de que o equipamento tivesse material radioativo e pudesse ser nocivo aos moradores e ao meio ambiente. 
Mas o professor de Física do Curso de Radiologia do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e especialista em proteção radiológica, Wilson Seraine, explica que encontrar um equipamento desse tipo não representa precisamente um risco direto para a população, como a Prefeitura de Arapiraca deixou a entender com a divulgação do fato narrado. Segundo Wilson Seraine, os aparelhos de Raio-X atuais, como o que foi encontrado em Arapiraca, somente começam a causar problemas à saúde das pessoas se estiverem ligados na tomada e funcionando.
“O aparelho de Raio-X somente irá emitir uma radiação ionizante, ou seja, aquela acima do nível de radiação ultravioleta, que representa um risco à saúde, caso o equipamento esteja ligado e funcionando. Estes aparelhos não empregam material radioativo para seu funcionamento, ou seja, ao serem desligados, eles não continuam emitindo radiação para as pessoas, como muitos acreditam”, comenta o professor.
Diferente do equipamento, ao falarmos de materiais radioativos, o professor destaca que a todo momento esses elementos emitem radiação sobre o ser humano, caso estejam próximos. “Não adianta enterrar, jogar na água, esses materiais sempre vão bombardear a pessoa que estiver próxima com a sua radiação. Diferente disso, os Raios-X são produzidos pelo homem através de uma transição eletrônica promovida pelo aparelho. Já os raios gama desses materiais radioativos são de natureza nuclear, eles vêm do núcleo dessas substâncias e estão sempre sendo emitidos”, comenta Wilson Seraine.
Crédito: José Alves Filho
Ele destaca ainda que são poucas as áreas da Medicina, no Piauí, que ainda empregam materiais que emitem radioatividade, e quando empregam, essa radioatividade é bem pequena. “A Anvisa possui uma fiscalização muito pesada em cima desses materiais por todo o país, para evitar outra catástrofe como a de 1987, envolvendo o césio-137”, informou o professor.
No entanto, ele destaca, que mesmo equipamentos como os de Raio-x sendo encontrados em áreas como lixões não representando um risco de contaminação caso não estejam ligados, o ideal ainda é notificar os órgãos como a Anvisa para que as medidas adequadas sejam tomadas. “Sempre que você vê um símbolo de radioatividade em equipamentos, o ideal é se afastar e entrar em contato com a Anvisa, caso o aparelho em questão seja um dos que emitam baixa energia ou a Comissão Nacional de Energia Nuclear para casos envolvendo aparelhos que emitam alta energia, como aceleradores lineares empregados na radioterapia”, especifica o professor Wilson Seraine.  
(Por João Marcelo Ferry)

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