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30 de dez. de 2020

Carros, aviões elétricos e ESG: a EDP quer ir além da distribuição de energia

 

EDP Brasil Miguel SetasMiguel Setas, presidente da EDP BrasilFoto: Divulgação/EDP Brasil

A empresa de energia EDP Brasil (ENBR3) poderia muito bem ficar aonde está. Afinal, ao contrário de outros setores como o de óleo e gás, a demanda futura por energia só deve aumentar. Logo, a companhia que atua nas áreas de transmissão e distribuição, além da energia solar, poderia ficar tranquila quanto à perenidade dos seus negócios. Mas ela quer ir além.

Uma das demandas que a companhia, que é de origem portuguesa, observa é o de carros elétricos. Segundo um estudo da consultoria Boston Consulting Group, o Brasil terá 2 milhões de veículos movidos à eletricidade até 2030. Pode parecer pouco perto de uma frota de mais de 40 milhões de carros, mas não é assim que o português Miguel Setas, presidente da empresa no Brasil, observa.

“Essa quantidade é maior do que diversos países europeus jamais sonhariam ter no total das suas frotas. É uma vasta oportunidade”, diz Setas em entrevista ao CNN Brasil Business.

Para que eles circulem, no entanto, será necessário... energia elétrica. Por isso, a empresa tenta se antecipar ao mercado para começar a instalar postos de carregamentos rápidos pelo país.

No fim de novembro, a companhia anunciou uma parceria com a rede de varejo Graal, que tem as suas lojas localizadas em rodovias. A meta é instalar 30 postos de recarga até 2022 nas rodovias do estado de São Paulo. Os investimentos serão de R$ 33 milhões e, além da Graal, também participam as montadoras Audi, Porsche e Volkswagen.











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“Queremos instalar postos de carregamento rápido, em que o motorista consiga ter uma autonomia de 100 quilômetros após uma recarga de 10 a 15 minutos”, diz Setas.

E não é só no chão que a empresa vai ter o foco. Ainda em novembro, a companhia firmou uma parceria com a fabricante de aeronaves Embraer para desenvolver pesquisas de um avião elétrico. Trata-se de um protótipo de pequeno porte e que já tem o primeiro voo previsto para 2021.

Segundo Setas, não se trata apenas de uma tendência, mas de uma realidade que pode trazer ganhos até no médio prazo para a empresa. Ele pega como exemplo o mercado de táxi aéreo de São Paulo, especialmente de helicópteros – o segundo maior do mundo, atrás apenas da cidade americana de Nova York.

“O potencial do mercado brasileiro é altíssimo e, na próxima década, já vai ganhar uma boa expressão”, diz Setas.
E o agora?

É óbvio que pensar no futuro faz parte do plano de sobrevivência de todas as empresas. Mas o presente, com a pandemia ainda rolando, ainda é complicado. Para a EDP, não é diferente.

Nos nove primeiros meses de 2020, a empresa viu o seu lucro cair 15,3%, para R$ 299,7 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), importante medida de geração de caixa, também recuou 2,7% no mesmo período.











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Setas, no entanto, prefere dar a atenção nos números ajustados. “Quando comparamos aquilo que dá para comparar, o nosso lucro teve alta de 22% e o Ebitda de 19,3% no terceiro trimestre”, diz ele. De janeiro a setembro, em termos ajustados, o lucro e o Ebitda tiveram alta de 4,3% e 3,7%, respectivamente.

Os principais negócios da empresa são, em ordem de importância, a distribuição, a comercialização, geração térmica e a geração hídrica.

Mas uma das apostas da companhia é também uma tecnologia que ainda não tem tanto espaço no Brasil, mas deve ser uma espécie de “eldorado” em um futuro próximo: a energia solar.

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Um estudo realizado pela consultoria americana Bloomberg New Energy Finance estima que o país deverá dobrar a capacidade de energia renovável até 2040, para 316 gigawatts. Do total, 36% de toda a energia elétrica viria do Sol.

Não por acaso, a empresa tem investido, todos os anos, cerca de R$ 100 milhões na ampliação das usinas solares. “O Brasil já tem quase metade de uma Itaipu em energia solar e a expectativa é que nos próximos anos cresça ainda mais”, afirma Setas.
ESG

Além do potencial do mercado, Setas chama a atenção para a agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança Corporativa). De acordo com o executivo é algo incortornável para qualquer empresa atualmente, especialmente para a EDP Brasil que tem 49% do seu capital pulverizado na bolsa de valores.











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“Temos investidores dos EUA, da Europa e do Oriente que exigem uma atenção muito particular nessa agenda”, diz ele.

Ele diz que a empresa está totalmente focada com temas como diversidade e meio ambiente e que a EDP não voltará atrás.

Mas mesmo com essa visão positiva sobre o futuro da empresa, o ano da EDP na bolsa não foi dos melhores. De janeiro até agora, suas ações caíram quase 10%. A corretora XP, no entanto, prevê que o preço do papel da empresa já consiga se recuperar já em 2021. E a EDP enxerga que essa visão de futuro da empresa resultará em valorizações lá na frente.

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