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12 de fev. de 2021

Pesquisadores brasileiros comprovam presença do coronavírus no ar



Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CTDN), sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comprovaram a presença do coronavírus em partículas do ar. A pesquisa, que está sendo desenvolvida desde o ano passado, é um dos poucos estudos no mundo que conseguiram apresentar essa evidência, validada por métodos científicos, e reforça o alerta para o risco existente em locais mal ventilados ou com pouca circulação do ar.

“Os principais resultados dessa etapa da pesquisa são importantes porque apresentam evidências, baseadas em métodos científicos, da presença de coronavírus em aerossóis. Mais uma comprovação científica de que o coronavírus pode estar no ar”, disse o pesquisador Ricardo Passos.

Coleta de partículas no interior de hospital 

Um artigo com esses resultados, assinado por Passos, Marina Silveira e Jônatas Abrahão, foi publicado na última edição da revista "Environmental Research".

Os aerossóis, foco dessa pesquisa, são partículas microscópicas e invisíveis, que, pelo baixo peso e massa, têm a tendência de ficar suspensos no ar. O estudo, feito em parceria com o Instituto de Ciência Biológicas da UFMG, analisou dois hospitais de Belo Horizonte, em dois momentos diferentes da pandemia, além de ambientes externos, como pontos de ônibus, estacionamentos e calçadas.


Segundo Passos, a intenção não era estudar a transmissão do vírus por gotículas de saliva, que podem chegar a 1 ou 2 metros, mas, sim, essas partículas invisíveis, que podem atingir distâncias maiores.

“Essa evidência vem se juntar a alguns outros relatos já publicados em outros países no intuito de se chamar a atenção para essa rota de transmissão aérea”, afirma.

A escolha da realização da pesquisa em hospitais não se deu ao acaso. “Para comprovar a presença desse vírus no ar, a gente usou ambientes hospitalares como modelo, como ambiente controlado, em que a gente saberia que havia a presença de pacientes contaminados, ou seja, uma fonte de aerossóis contaminados e também que haveria o controle rigoroso quanto ao uso de EPIs pela equipe do hospital”, explica o pesquisador.

Para chegar aos resultados e validar a hipótese inicial, os pesquisadores do CDTN usaram equipamentos capazes de sugar o ar e fazê-lo passar em membranas filtrantes. E, mesmo diante de todas as dificuldades em se fazer essa “captura”, o estudo conseguiu verificar a presença do vírus em cinco amostras, por meio da identificação do código genético do SARS-CoV-2.

As coletas foram feitas entre 25 de maio e 4 de junho em um hospital e entre 9 de junho e 17 de julho no outro. Os nomes das unidade de saúde não foram divulgados. Já os ambientes externos foram monitorados de 25 de maio a 6 de agosto.

As amostras com coronavírus foram encontradas no segundo hospital, em quatro ambientes, entre eles o CTI. Passos chama a atenção para dois fatores: o agravamento da pandemia no início do segundo semestre, aumentando a taxa de ocupação de leitos, e a presença de um sistema de circulação de ar menos eficiente.

O pesquisador destaca que em uma das salas onde o vírus foi encontrado havia inclusive ventilação natural, mas pouca circulação do ar. Nos ambientes externos, não houve amostras que contivessem o vírus.

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