Fim da proibição de despejos causará conflito para 3.500 famílias no Piauí, alerta Famcc - Barra d Alcântara News

últimas

Post Top Ad

Post Top Ad

EM BREVE, SUA EMPRESA AQUI

30 de mar. de 2022

Fim da proibição de despejos causará conflito para 3.500 famílias no Piauí, alerta Famcc

 Foto: Divulgação/TJ-PI

Cerca de 3.500 famílias correm o risco de serem despejadas em todo o Piauí a partir do próximo dia 31 de março, quando se encerra  a suspensão das ordens de despejo determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os números de afetados pelo fim da regra é uma estimativa da Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários (FAMCC). 

Por conta desta situação, a presidente da entidade no estado, Neide Carvalho, participou de uma audiência na última segunda-feira (28) com o desembargador José Ribamar Oliveira, presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PI), onde apresentou os dados referentes a este cenário e tentou sensibilizá-lo quanto a essa situação. 

“Demos ciência ao presidente do TJ de que no Piauí o número de famílias que podem ser despejadas a partir de 31 de março chega a quase 3.500 famílias, o que inclui cerca de 15 mil pessoas, entre idosos, crianças e pessoas doentes. Ou seja, cada vez mais a situação se agrava”, afirmou Carvalho. 

Pela regra ainda em vigor, as ordens de despejos estão suspensas enquanto durar o período de pandemia, porém, a FAMCC teme que com o começo da flexibilização das medidas sanitárias coloque em risco as famílias nesta situação, inclusive em Teresina, onde o grupo pede uma intermediação do TJ com a prefeitura. 

Por sua vez, o presidente da Corte pontuou o empenho do Judiciário no sentido de viabilizar o diálogo entre as famílias sob ameaça de despejo em todo o estado e os gestores do poder público, para evitar desapropriações já no término da ADPF.

70 famílias são ameaçadas de despejo

Cerca de 70 famílias foram ameaçadas de despejo nesta terça-feira (29) na região do Vale Quem Tem, zona Leste de Teresina, na Ocupação Mirante do Uruguai. 

Um vídeo que o Cidadeverde.com teve acesso mostra guardas municipais de Teresina e um policial militar pedindo para que os moradores do terreno, que seria da Prefeitura de Teresina, deixassem o local. 

"Essas famílias ocuparam esse terreno que está abandonado há mais de 30 anos pela Prefeitura. As famílias estão morando lá e a Prefeitura chegou de forma arbitrária, sem termo de reintegração de posse, para remover essas pessoas", informou a professora e cientista social, Fabíola Lemos.

Segundo os moradores da ocupação, desde a semana passada que agentes da Prefeitura de Teresina têm passado pelo local e fotografado a ocupação. 

“Eles pediram que eu fosse lá e os ajudassem. Todos os dias eles estão passado por lá,. Hoje, chegaram para derrubar as casas. Até dia 31 de março deve ter essa ação de despejo”, completou Fabíola Lemos. 

A situação só foi controlada com a chegada do superintendente da SAAD Leste, James Guerra, ao local. O gestor conserguiu evitar o despejo e intermediou uma reunião com o grupo de moradores na Prefeitura de Teresina nesta quarta-feira (30).

De acordo com a presidente da FAMCC, a entidade participará de uma audiência com o secretário de Governo, André Lopes, para discutir um acordo acerca da questão dos despejos em Teresina, sobretudo nas dez áreas consideradas as mais conflituosas na capital.

Yala Sena e Nataniel Sousa
redacao@cidadeverde.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário