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24 de jun. de 2022

Estudo não vê eficácia de suplementos de vitaminas contra cânce

 Foto: Pixabay

 

Em prateleiras de farmácias, é fácil encontrar uma variedade de frascos coloridos com letras que correspondem a vitaminas e minerais. Esses produtos prometem ganhos substanciais à saúde, mas a realidade não é tão simples assim.

Uma nova pesquisa observou que suplementos vitamínicos não têm eficácia comprovada na prevenção de câncer e de doenças cardiovasculares. Pelo contrário, uma dessas substâncias em excesso teve associação com o desenvolvimento de câncer de pulmão.

Publicado na revista Jama, o artigo é assinado por pesquisadores da Kaiser Permanente Center for Health Research e da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, instituições nos Estados Unidos. É uma revisão sistemática -análise dos resultados de outras pesquisas- de 84 publicações em inglês que observaram adultos saudáveis sem doenças cardiovasculares e câncer. Os participantes não tinham deficiência em vitaminas e minerais.

O objetivo dos pesquisadores era entender a eficácia de suplementos multivitamínicos e daqueles com somente um nutriente na redução de doenças cardiovasculares, câncer e mortalidade em adultos. Também foi visto se os produtos traziam malefícios.

Nos produtos de substâncias isoladas, foram analisados aqueles com betacaroteno e vitamina A, cálcio (sem vitamina D), vitamina E e vitamina D com ou sem cálcio. A revisão também foi composta por multivitamínicos que carregam em sua fórmula uma variedade de substâncias.

O uso de pelo menos um suplemento vitamínico foi reportado em 52% de adultos norte-americanos. No Brasil, há um crescimento do consumo desses produtos, afirma Maria Eduarda Melo, chefe da área técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca (Instituto Nacional do Câncer), que não participou da pesquisa.

"Apesar de não ter evidências em termos de benefícios à saúde, observamos um mercado crescente de vendas", diz.

Na pesquisa, as evidências encontradas indicam que não há benefício das vitaminas e minerais para a prevenção de câncer, doenças cardiovasculares ou diminuição da mortalidade por outras causas.

Essa premissa já é conhecida e aconselhada pelo Inca. "Os resultados desse estudo estão muito alinhados ao que o instituto recomenda de não utilizar suplementos alimentares para prevenção do câncer", afirma Melo.

Segundo ela, vitaminas e minerais podem ser importantes para a prevenção de tumores, mas a maior parte da população consegue suprir as necessidades com uma alimentação balanceada baseada em alimentos naturais, como frutas e verduras.
Quando se utiliza suplementos vitamínicos, essas substâncias vêm isoladas e em maior quantidade. Isso pode ocasionar um benefício nulo da prevenção do câncer ou mesmo aumentar as chances de desenvolver a doença.

A pesquisa publicada observou que o betacaroteno, um antioxidante presente em alimentos de cor amarelo-alaranjados, presente nos suplementos vitamínicos tem associação com o maior risco de câncer de pulmão. Mas outras evidências já demonstram que o consumo dessa substância somente pela alimentação pode ser útil para prevenção desse tipo de câncer, em especial no caso de fumantes e ex-fumantes, explica Melo.

Três estudos revisados apontam benefícios dos multivitamínicos para evitar câncer. No entanto, os autores ressaltam que as evidências para esses produtos são pequenas e que as pesquisas não tiveram um período longo de acompanhamento dos participantes, o que faz com que o resultado não seja tão robusto, pontos também reiterados por Melo.

"Em recomendações do Inca não observamos benefícios de suplementos [para prevenção do câncer], mesmo sendo esses multivitamínicos", afirma.

Suplementos alimentares são recomendados em casos em que há deficiência de vitaminas e minerais -que pode ocorrer durante o tratamento de uma doença, por exemplo. Mas a ingestão demanda acompanhamento médico.

Dessa forma, segundo Melo, o uso de suplementos não traz resultados positivos para a população em geral. "O indivíduo que é saudável não tem por que usar um suplemento."


Fonte: Folhapress

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