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27 de fev. de 2023

Dólar abre em queda e investidores procuram pista sobre aperto monetário

 Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

O dólar caía frente ao real nos primeiros negócios desta segunda-feira (27), em linha com a fraqueza da divisa norte-americana no exterior, enquanto investidores ficam de olho nas discussões do governo brasileiro sobre o retorno da tributação sobre combustíveis.

Às 9h23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,23%, a R$ 5,1870 na venda.

Na B3, às 9h23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,59%, a R$ 5,1840.

A moeda norte-americana à vista fechou a última sessão cotada a R$ 5,1988, em alta de 1,22%.

Nos Estados Unidos, ainda na manhã desta segunda-feira, serão divulgados os dados de pedidos de bens duráveis em janeiro, outra pista sobre como está a atividade econômica no país.

A Bolsa fechou com a terceira pior marca de 2023, e o dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira (24). O mercado brasileiro seguiu de perto a tendência em Nova York, com um cenário de inflação persistente nos Estados Unidos, e o mercado projetando juros mais altos que o previamente esperado.

O Ibovespa fechou em queda de 1,67%, a 105.798 pontos. Este patamar de fechamento é pior, para o ano de 2023, somente que os registrados nos dias 3 e 4 de janeiro. O dólar comercial à vista encerrou o dia em alta de 1,16%, a R$ 5,198. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,21.

A reação aos dados de inflação apareceu também no mercado de juros. Para janeiro de 2024, os contratos saíram de 13,38% do fechamento desta quinta-feira (23) para 13,47%. No vencimento em janeiro de 2025, a taxa subiu de 12,61% para 12,77%. Para janeiro de 2027, os juros passaram de 12,87% para 13,04%.

Nos Estados Unidos, a situação da inflação parece mais delicada que no Brasil. O índice de preços ao consumidor (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,6% em janeiro ante dezembro, maior alta desde junho. Economistas ouvidos pela Bloomberg esperavam alta de 0,5%.

Em 12 meses, a inflação ao consumidor americano subiu 5,4%, ante 5,3% em dezembro. Quando se olha o núcleo do indicador, que retira gastos com alimento e energia, o aumento em 12 meses até janeiro foi de 4,7%.

Para economistas ouvidos pela Bloomberg, se a inflação nos Estados Unidos não der sinais de desaceleração, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) terá que aumentar os juros para além do patamar esperado pela maioria dos agentes de mercado, no intervalo entre 5% e 5,25%.

Alguns analistas já começam a traçar um cenário em que o Fed possa levar a taxa básica americana para perto dos 6%, já que a atividade econômica e a inflação continuam em patamares acima do que era esperado pelo mercado nesta altura.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto investimentos, aponta que a inflação nos Estados Unidos tem mais influência no mercado brasileiro nesta sexta-feira que o IPCA-15.

"O Fed já vinha adotando um discurso mais duro, e o mercado estava mais otimista. Agora, parece que haverá uma convergência para o cenário traçado pelo banco central, com juros altos por mais tempo", afirma Komura.

Victor Candido, economista-chefe da RPS, lembra que o PCE é o dado que o Fed leva mais em conta para tomar suas decisões. A alta da inflação, especialmente em serviços, mostra que a autoridade monetária terá trabalho para segurar os preços.

"Até janeiro, mercado projetava que os juros nos Estados Unidos não passariam dos 5%. Agora, já se aponta que pode chegar aos 5,50%", diz Candido.

Em Nova York, os índices de ações também fecharam em queda. O Dow Jones registrou baixa de 1,02% no fechamento. O S&P 500 caiu 1,05%. E o Nasdaq apresentou recuo de 1,69%.

O IPCA-15 -referência para o regime de metas de inflação que mede os preços entre os dias 16 do mês anterior e 15 do atual- subiu 0,76% em fevereiro, acelerando após alta de 0,55% em janeiro. O resultado ficou acima da expectativa de economistas ouvidos por Reuters e Bloomberg, de alta de 0,72%.

Em 12 meses, a inflação desacelerou de 5,87% até janeiro para 5,63% até fevereiro. No mês, o item educação foi o que mais contribuiu para o índice, com alta de 6,41% na comparação com janeiro.

A inflação de serviços continua nos centro das atenções dos investidores, pelo seu patamar ainda elevado, diz Lucas Lima, analista da VG Research.

Mesmo assim, para Lima, a discussão sobre a política monetária no Brasil deve começar a mudar. "A grande pergunta atual é se há espaço para redução da taxa de juros nas próximas reuniões do Banco Central. Com taxa real de 8%, o Brasil continua em primeiro lugar no ranking mundial desse indicador."

Para a agência Bloomberg, Marco Caruso, economista chefe do Banco Original, afirma que o Banco Central terá um desafio adicional para controlar a inflação, com a reoneração dos combustíveis. O fim da isenção de alguns impostos está previsto para o dia 1º de março.

Para ele, mesmo com a desaceleração do IPCA-15 em 12 meses, ainda não é possível dizer que o comportamento dos preços ao consumidor é confortável para o BC.

 

Fonte: Folhapress/Renato Carvalho

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