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13 de mar. de 2023

Alterada pela pandemia, circulação de diferentes vírus respiratórios pode confundir população

 Foto: Freepik

 

A circulação de diferentes vírus respiratórios pode fazer com que pessoas com sintomas como febre e tosse fiquem confusas sobre qual doença realmente é aquela que as afeta. Somente no estado de São Paulo circulam patógenos como o Sars-CoV-2, que causa a Covid-19, o vírus sincicial respiratório (VSR), mais comum em crianças, e o rinovírus, associado ao resfriado comum.

"Nós focamos muito na pandemia em fazer o diagnóstico do vírus da Covid, mas os outros não deixaram de circular", afirma Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, que tem unidades na capital paulista e em Brasília.

Um dos vírus respiratórios que normalmente circula nesta época do ano é o sincicial respiratório (VSR). Adultos podem apresentar a infecção em menor grau e gravidade, mas são as crianças as mais acometidas.

"O aumento de casos de VSR preocupa porque ele é o principal agente causador de bronquiolites que podem dar infecções muito graves em crianças pequenas, notadamente em recém-nascidos", afirma Gerson Salvador.

O  mais recente boletim do InfoGripe, projeto da Fiocruz que monitora os casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) no Brasil, aponta que o VSR causou 25% dos quadros respiratórios graves neste ano entre os pacientes com teste com resultado positivo para algum vírus. Só o Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19, ultrapassou esse percentual, com 58% do total.

Kobayashi diz que o VSR passa por um aumento do número de casos observado no Sírio-Libanês. Essa maior disseminação pode levar a internações de crianças em razão de SRAG. Ela ressalta, no entanto, que esse crescimento já era esperado neste período do ano.

Essa progressão do vírus sincicial respiratório não foi vista de maneira significativa, porém, no Hospital Universitário da USP por Paulo Lotufo, superintendente de saúde da universidade. "Estamos até estranhando porque nesta metade de março o VSR já deveria estar dominando e, felizmente, até agora não."

Outro patógeno que causa quadros respiratórios e pode ocasionar confusões na população é o rinovírus. Normalmente, ele resulta em sintomas comuns de resfriado, mas pode levar, em casos raros, a complicações mais graves.

"Pode até um paciente ou outro com comorbidade ou fator de risco maior evoluir para um quadro mais sério, mas a grande maioria das pessoas com a infecção pelo rinovírus terá um quadro mais leve", afirma Kobayashi, ao relatar que o patógeno estava entre os responsáveis por causar aumento de infecções respiratórias atendidas no Sírio-Libanês.

O rinovírus também é mencionado na última edição do boletim Infogripe.

No documento, é dito que os casos de SRAG em crianças apresentaram um crescimento expressivo em todas as regiões do país. Até o momento, não se sabe exatamente qual vírus provoca essa multiplicação da síndrome, mas observa-se que, em alguns poucos estados, houve "crescimento recente de positivos para rinovírus".

A influenza é outro vírus em circulação. Nos números de síndromes respiratórios, os tipos A e B do patógeno representam 1,9% e 1,8% dos casos das complicações entre os pacientes com testes positivos para algum vírus, respectivamente.

Kobayashi também chamou a atenção para esse vírus respiratório. Ela explica que o aumento no número de casos era esperado para ocorrer nos próximos meses, em meados de maio e junho, mas já está sendo visto agora.

Essa alteração no período de maior prevalência da influenza pode ser explicada por várias razões, entre as quais a perda de sazonalidade dos patógenos.
Antes da pandemia, era bem mais definido os momentos do ano em que os vírus teriam um maior índice de circulação. Mas, com as mudanças provocadas pela emergência de saúde, a disseminação desses patógenos foi alterada.

"Com a Covid, ocorreu a subversão total da ordem das coisas. Tudo que tinha um padrão deixou de ter", afirma Lotufo. Segundo ele, existem razões que explicam essas alterações. "Uma delas é que o convívio nas escolas alterou muito. O uso da máscara também tem um impacto nas outras doenças."

Além de todos esses patógenos, o próprio Sars-CoV-2 circula no país. Segundo o Infogripe, ele é o principal causador dos casos de SRAG neste ano -são cerca de 58%.

O levantamento também aponta que nos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo a progressão de complicações respiratórias entre adultos e idosos têm associação com a Covid-19.

Para Gerson Salvador, o crescimento na disseminação do Sars-CoV-2 é um sinal de alerta, principalmente para a vacinação. "O aumento de casos de Covid vai ter impacto de internação ou de casos graves notadamente em quem não está vacinado ou quem está com a vacinação atrasada. Então, é importante a atualização da vacina e da dose do imunizante bivalente."


Fonte: Folhapress

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