Por Samantha Klein
25/01/2024 07h22 Atualizado há 5 minutos
Carro da Polícia Federal. — Foto: Divulgação
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, a Operação Vigilância Aproximada para investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o objetivo de monitorar ilegalmente políticos, magistrados e adversários do governo de Jair Bolsonaro, com o uso do FirstMile, uma ferramenta de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
Os agentes estão cumprindo 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares alternativas à prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).
A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e usou ferramentas e serviços da agência para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Na operação de outubro, a PF prendeu dois servidores da Abin e foram afastados cinco diretores e secretários da Agência, incluindo o número 3 da agência, Paulo Maurício Fortunato Pinto, secretário de planejamento e gestão. No endereço dele foram encontrados US$ 171 mil.
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