Um dia após partidos da base
anunciaram que vão votar contra a MP do governo, o ministro da fazenda,
Fernando Haddad, disse que chega a ser desleal que lideranças ataquem o governo
e que acredita que não faltará apoio a medida enviada ao congresso. Haddad pediu
ainda que deixem a ideologia de lado.
Ele afirmou que ligou para Ciro
Nogueira e Antônio Rueda – presidentes da Federação União Progressista - e
pediu sensibilidade. Voltou a dizer que não tem problema em cortar despesas –
essa é a principal crítica dos partidos do centrão e oposição. Mas Haddad disse
que, precisa antes, saber quais medidas terão votos no Congresso e que não
adianta o governo descarregar tudo no colo do Congresso Nacional. Ele lamentou
que o lobby atua mais rápido que o governo.
Nesta quinta-feira (12), Haddad
adotou um tom bem mais duro contra o Congresso, bem diferente do que nos
últimos dias – isso após a confusão de ontem na comissão da Câmara, as falas de
Hugo Motta e até de partidos do centrão. Citou, por exemplo, projeto que prevê
a punição de empresas e indivíduos que são considerados devedores contumazes de
dívidas fiscais e perguntou porque não foi votado ainda. Reforçou ainda o que
disse na comissão ontem aos parlamentares do PL e disse que ‘falar e sair
correndo é coisa de moleque de rua’.
Haddad lembrou ainda que a MP já traz
quatro medidas de corte de gastos. E, de fato, além daquelas que preveem
arrecadação, como taxação de bets e tributação de títulos, o governo prevê
ainda mudanças no INSS, ajuste de critérios do Seguro Defeso e inclusão do Pé
de Meia no piso constitucional da educação. Ele não respondeu, no entanto,
quanto as medidas geram de arrecadação ou quanto cortam do gasto público.
Ele justificou as principais medidas
que tem gerado criticas – ao citar a tributação de títulos isentos, hoje disse
que o país não está em condição de abrir mão 100% de tributos neste caso e que
há uma distorção enorme no mercado. Reforçou que nenhuma das medidas anunciadas
vão impactar no preço para o consumidor final, muito menos atingir o produtor
rural.