Foto: Helder Sousa
Atualizada às 12h40
Duas pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (26), suspeitas de envolvimento em um esquema de desvio e adulteração de combustíveis na zona Sudeste de Teresina. A ação foi conduzida pela Diretoria de Operações Policiais (DEOP), com apoio do 8º Batalhão da Polícia Militar, após uma semana de investigações.
Um dos presos foi identificado como J.A.O. da S., de 18 anos, flagrado pela polícia com 55 galões — o equivalente a aproximadamente 1.100 litros — de combustível desviado do Terminal de Petróleo de Teresina. O segundo preso é pai do jovem.
Segundo o delegado Tales Gomes, responsável pelas prisões, o jovem integra um grupo que adulterava combustíveis, retirando parte do produto dos caminhões e substituindo-o por água.
"Eles desviavam cerca de mil litros de combustível dos tanques e colocavam mil litros de água no lugar. Assim, o tanque permanecia aparentemente cheio, e o posto de combustível que recebia o material não percebia a fraude", explicou o delegado.
Foto: DEOP
Os suspeitos comercializavam o combustível adulterado em uma residência na zona Sudeste da capital. A prisão ocorreu após a abordagem de um veículo que chegava ao imóvel monitorado. O condutor tentou fugir, mas foi contido. No veículo, foram encontrados 20 galões de 20 litros com combustível.
Durante as buscas, a polícia localizou mais 35 galões com óleo diesel e outros recipientes contendo água. A residência, segundo a investigação, foi adaptada para facilitar a entrada e saída de veículos sem levantar suspeitas.
Segundo o delegado, o grupo desviava combustível de caminhões-tanque que saíam do Terminal de Petróleo com destino ao interior do estado. Os suspeitos utilizavam mangueiras adaptadas com suspiros para retirar até 600 litros por vez.
“Eles enchiam 30 galões de 20 litros com diesel e depois colocavam a mesma quantidade de água nos tanques, para que a medição com a vareta não acusasse falta. Nesta fase da operação, prendemos apenas os que estavam executando o desvio e armazenando o combustível”, afirmou Tales Gomes.
Foto: Helder Sousa
Segundo as investigações, o combustível adulterado era vendido no mercado informal por valores entre R$ 100 e R$ 110 o galão de 20 litros. O delegado alertou ainda para os riscos dessa prática ilegal.
“É um produto de origem criminosa e adulterado, o que pode causar sérios danos aos veículos. Muitos consumidores têm problemas de ignição ou falhas no funcionamento devido à adulteração feita no produto antes de chegar aos postos de gasolina”, explicou.
Ao todo, foram apreendidos cerca de 1.100 litros de combustível — 700 litros de diesel e 400 litros de gasolina —, além de diversos galões com água. O material foi encaminhado à Central de Flagrantes, onde passou por perícia. Os suspeitos foram autuados por crime ambiental e crime contra a ordem econômica, e estão à disposição da Justiça.
A Polícia Civil informou ainda que o caso será aprofundado pela Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e as Relações de Consumo (Decotec) e que outros envolvidos, incluindo motoristas de caminhões, poderão ser responsabilizados à medida que a investigação avançar.
Fonte Cidade verde