O corpo da publicitária Juliana Marins, que caiu num penhasco
na Indonésia, já está no IML do Rio de Janeiro, onde vai passar nesta
quarta-feira (2) por nova autópsia. Ela chegou ao Brasil nessa terça-feira (2),
seis dias após o resgate no Monte Rinjani.
Do aeroporto internacional de São Paulo, em Guaulhos, o corpo
foi trasladado para o Rio num avião da FAB.
O novo exame foi determinado pela Advocacia-Geral da União, a
pedido dos familiares de Juliana. Em entrevista à TV Globo, o pai da
publicitária, Manoel Marins, reforçou que a família não confia no laudo
apresentado pelos legistas da Indonésia:
Como no laudo oficial que ele fez, consta essa disparidade
entre 48 e 72 horas, ele não precisou de uma data. Nós precisamos saber se a
necropsia que ele fez foi bem feita'.
Para a especialista em medicina legal e perícia médica
Caroline Daitx, a nova autópsia pode ser comprometida por causa dos
procedimentos de conservação do corpo de Juliana.
'Devido ao processo de conservação que o corpo foi submetido,
o esvaziamento do corpo, a troca de fluidos, isso tudo pode prejudicar a
avaliação de sinais inflamatórios que poderiam ser coletados durante a primeira
análise, e, principalmente, a quantificação de sangue perdido nesses ferimentos
avaliados'.
Corpo chegou ao Brasil nessa terça (1º)
O corpo de Juliana chegou ao Brasil na tarde dessa
terça-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Depois, por
volta de 19h40, foi transportado pela Força Aérea Brasileira à Base Aérea do
Galeão, no Rio, de onde foi levado ao IML. A União disponibilizou agentes da
Polícia Federal durante o translado e um perito da PF para acompanhar o novo
exame.
Em reunião na tarde dessa terça, a Advocacia-Geral da União,
a Defensoria Pública da União e o governo estadual do Rio de Janeiro decidiram
que a nova necrópsia será realizada no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto
na manhã dessa quarta-feira. O transporte até o IML foi feito pelo governo do
Rio de Janeiro, com apoio do Corpo de Bombeiros, acompanhado pela Polícia
Federal. O governo federal também disponibilizou um perito da PF para
acompanhar pessoalmente o novo exame.
O objetivo é esclarecer dúvidas sobre o laudo feito na
Indonésia. O médico legista local apontou que Juliana morreu cerca de 20
minutos após sofrer um trauma grave, descartando a hipótese de hipotermia.
Ainda assim, não foi possível precisar o momento exato da lesão fatal. A
autópsia indicou que a morte pode ter ocorrido entre 12h e 24h antes do resgate
do corpo.
A principal dúvida da família é se houve omissão de socorro
por parte das autoridades indonésias. Por isso, a realização de um novo laudo,
dentro dos parâmetros técnicos brasileiros, é considerada essencial.
Fonte CBN