New York Times destaca julgamento de Bolsonaro: 'como tentar dar um golpe e fracassar'

New York Times destaca julgamento de Bolsonaro: 'como tentar dar um golpe e fracassar'

leandro santos
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O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF, iniciado na terça-feira (2), continua repercutindo na imprensa internacional. O jornal americano The New York Times publicou na edição impressa desta quarta-feira (3) uma reportagem intitulada "Como tentar dar um golpe e fracassar".


O jornal diz que revisou horas de depoimentos e centenas de páginas de documentos policiais e do Ministério Público e concluiu que para os investigadores, Bolsonaro e dezenas de ministros, militares e assessores trabalharam para semear dúvidas sobre o resultado da eleição de 2022; tentaram mobilizar líderes militares para anular a votação; e elaboraram planos para prender e até assassinar supostos inimigos.

O texto destaca depoimentos do ajudante de ordens Mauro Cid, que indicam que o plano de Bolsonaro teria começado logo após a derrota nas urnas em outubro de 2022.
O STF entrou nesta quarta-feira (3) no segundo dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe


Também nos Estados Unidos, o Washington Post destacou que o julgamento do ex-presidente foi aberto com uma declaração de Alexandre de Moraes em defesa da independência do processo contra interferências estrangeiras — uma provocação indireta a Donald Trump — que chamou a ação penal de "caça às bruxas" e por meio do tarifaço e outras sanções vem pressionando autoridades brasileiras a retirar a acusação contra o aliado dele.


A reportagem do Washington Post também recorda que o julgamento acontece no "prédio modernista que foi danificado pelos apoiadores [de Bolsonaro] que invadiram a capital em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula" e diz que o evento "ecoou a tentativa de apoiadores de Trump de interferir na certificação da vitória do presidente Joe Biden, no Capitólio dos EUA, em janeiro de 2021".


A fala de Moraes na abertura do julgamento também repercutiu na cobertura da agência internacional Reuters. A publicação destacou a declaração do ministro de que os esforços "de um estado estrangeiro" — em referência aos EUA — não afetariam a decisão do tribunal porque "a soberania nacional não pode, não deve e nunca será difamada, negociada ou extorquida".

Jair Bolsonaro, que está cumprindo prisão domiciliar, é julgado por cinco crimes junto de outros sete réus do chamado núcleo crucial da trama golpista. A pena máxima pode chegar a 43 anos de prisão, e a expectativa é que a sentença seja proferida no dia 12 de setembro

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